Juros futuros oscilam em torno dos ajustes de sexta-feira
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segunda-feira, 15 de julho de 2019
Karla Spotorno
Depois de abrirem com viés de queda nesta segunda-feira, 15, os juros futuros acompanharam o comportamento do dólar ante o real e passaram a sinalizar um viés de alta. Segundo o economista Thomaz Sarquis, da Eleven Financial, a virada reflete um ajuste nos preços diante da incerteza que persiste sobre o grau de desidratação da economia com a PEC da Previdência e também da dúvida sobre a decisão do Copom na reunião de julho. Sarquis entende que os componentes mais sensíveis à aceleração do IPCA indicam tendência de alta num momento em que a atividade no segundo trimestre dá alguns sinais de tração, o que justifica a avaliação de que o BC não deveria cortar Selic já na próxima reunião.
Às 10h23, o DI para janeiro de 2021 marcava 5,59% ante 5,58% na mínima, 5,61% na máxima e 5,59% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2023 marcava 6,32% ante 6,31% na mínima, 6,36% na máxima e 6,33% no ajuste de sexta-feira. Ainda sobre a Previdência, o Placar da Previdência, elaborado pelo Estado, aponta 42 senadores votando "sim" ao texto, antes mesmo de ele chegar ao Senado. A PEC ainda precisa passar por um segundo turno na Câmara dos Deputados.
Após quatro quedas consecutivas, a economia do País voltou a crescer em maio. Divulgado às 8h30, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve alta de 0,54% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. O resultado veio acima da mediana (+0,50%) das estimativas do mercado financeiro, calculada a partir das previsões de 29 instituições captadas pelo Projeções Broadcast, que iam de queda de 0,60% a alta de 1,20%. Na série sem ajuste sazonal contra o mesmo mês do ano passado, o IBC-Br também teve uma alta (4,40%) maior que a mediana (4,2%), calculada a partir das projeções que iam de crescimento de 3% a 5,7%.
Do Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira, o destaque é a tênue alta da mediana das projeções para o IPCA em 2019 (de 3,80% para 3,82%) e mais uma queda na estimativa para a variação do PIB em 2019 (de +0,82% para +0,81%). A previsão de Selic para fim de 2019 permaneceu em 5,50%.
No mercado global, os agentes reagiam a dados da China. No fim de noite de domingo, o gigante asiático divulgou que o PIB cresceu 6,2% no segundo trimestre em relação ao observado em igual período de 2018 (6,3% era a projeção média). Já a produção industrial e as vendas no comércio vieram mais fortes do que o previsto. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou em rede social o resultado do PIB chinês. Em sua conta no Twitter, escreveu que o crescimento foi "o mais lento em mais de 27 anos", acrescentando que as tarifas sobre importações chinesas "estão tendo um grande efeito". "É por isso que a China quer fazer um acordo com os EUA e deseja que não tivesse rompido o acordo original em primeiro lugar", escreveu.