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Economia 5m de leitura

Juros curtos fecham com viés de queda com novo corte da Selic no radar

ATUALIZAÇÃO
13 de dezembro de 2019

Karla Spotorno
AUTOR

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram a sessão regular nesta sexta-feira, 13, com viés de baixa nos vencimentos mais curtos e viés de alta nos mais longos. O desempenho corrobora o comportamento pós-Copom de considerar um novo corte da Selic no ano que vem. "O mercado está reprecificando nos contratos mais curtos a possibilidade de um novo corte. A chances estão em torno de 50%", diz o gestor dos fundos multimercado macro da XP Asset, Bruno Marques. Nos contratos de vencimento mais distante, pesaram a alta do dólar e, ainda que de forma indireta, a incerteza sobre o andamento de uma solução para a guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O DI com vencimento em janeiro de 2020 fechou com taxa de 4,40%, mesma taxa no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 fechou na mínima, a 4,51% ante 4,54% no ajuste de ontem. O vencimento de 2023 encerrou a 5,72% ante 5,75% do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 fechou a 6,36% ante 6,34% no ajuste da quinta-feira. O DI para janeiro de 2027 encerrou a 6,70% ante 6,68% no ajuste de ontem.

Na sessão estendida, o movimento de alta das taxas acentuou-se nos contratos mais longos. O DI para janeiro de 2027 fechou a estendida a 6,73%, máxima, ante 6,68% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2025 encerrou a sessão estendida a 6,39% ante 6,34% no ajuste da quinta-feira.

De forma geral, a semana foi de reação positiva do mercado a indicadores econômicos domésticos recentes, na avaliação da economista-chefe da Arx Investimentos, Solange Srour. "O mercado tem reagido positivamente a indicadores domésticos melhores, como a Pesquisa Mensal de Serviços que veio melhor que o esperado", disse Solange. "A cena externa tem trazido muita volatilidade. Do lado positivo, está a possibilidade de o Brexit finalmente se concretizar, depois da eleição no Reino Unido. Os adiamentos da saída do Reino Unido da União Europeia só aumentam a incerteza", diz Solange.

A semana que vem tem mais indicadores importantes para o mercado - como pesquisas de confiança da Fundação Getulio Vargas e, principalmente, o IPCA-15 de dezembro - e também duas comunicações muito esperadas. Na terça-feira, será distribuída a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). "O mercado vai procurar explicações do Banco Central sobre por que as projeções para inflação constantes no comunicado do Copom na última quarta-feira vieram tão 'tranquilos'", diz a economista. O gestor dos fundos multimercado macro da XP concorda e reforça que o mercado "quer entender os números do Banco Central" que vieram diferentes do esperado. "Nossa opinião é que o BC revisou para baixo a projeção da inflação de administrados", disse Marques.

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