O engenheiro agrônomo José Roberto Ricken foi reeleito presidente executivo do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), na tarde desta segunda-feira (3), durante Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada na sede da entidade, em Curitiba. Esta é a terceira vez consecutiva que ele assume o cargo. O primeiro mandato teve início em 1º de abril de 2016 e se estendeu até 2019; o segundo vigorou de 2019 a 2023. A nova gestão compreende o período de 2023 a 2027. Nos próximos quatro anos, Ricken estará novamente no comando de um sistema que atualmente congrega 225 cooperativas de sete ramos – agropecuário, crédito, saúde, infraestrutura, consumo, trabalho, produção de bens e serviços e transporte. Juntas, elas alcançaram, em 2022, faturamento de R$ 187,84 bilhões e US$ 7,4 bilhões em exportações. Elas possuem um total de 3,1 milhões de cooperados e empregam diretamente 140 mil pessoas. O setor responde ainda por mais de 65% da produção agropecuária do Paraná.

“Eu quero agradecer a confiança depositada em mim. Eu tenho a noção clara da responsabilidade que estou assumindo. O cooperativismo paranaense tem uma representatividade muito expressiva e a nossa missão – a nossa especialidade – é criar oportunidades. Se nós oferecermos oportunidades às pessoas, elas terão condições de ter renda e não precisarão depender de absolutamente ninguém. Então, esse é o trabalho que nós sabemos fazer”, afirmou ao iniciar seu pronunciamento após ser reconduzido ao cargo. “Eu quero aprender mais e utilizar a minha experiência de mais de 40 anos no cooperativismo”, acrescentou.

Planejamento

Ricken destacou ainda que o setor sempre tem atuado de forma planejada, baseado em levantamentos periódicos realizados junto às bases. “Hoje nós temos mais de 40 índices econômico-financeiros levantados mensalmente em cada cooperativa. Isso tudo acumulado desde 1991. Então, esse planejamento que nós fazemos no cooperativismo paranaense não é uma estimativa. Ele é feito de forma calculada. Por isso a gente acerta”, frisou.

Outro item destacado por ele foram os investimentos feitos pelo setor. “Nos anos 1990, o cooperativismo estava altamente inviabilizado, a exemplo de outros segmentos produtivos. E nós propusemos um programa de recuperação do setor, o Recoop. Alguns estados foram discutir dívidas. Optamos por investir e recuperar nossas cooperativas. De lá para cá, construímos um cooperativismo forte, organizado, sólido e que cresce em seus sete ramos de atividades”, disse.

“Em 100 municípios do Paraná, a única instituição financeira é mantida pelo cooperativismo de crédito. Dessa forma, fazemos um trabalho social muito significativo. Em 136 municípios paranaenses, a maior empresa é a unidade da cooperativa, não necessariamente a sua sede. Na última safra, respondemos por mais de 60% da produção agropecuária. Não contamos isso como vantagem, mas destacamos como uma grande responsabilidade. Metade do que é recebido dos produtores cooperados já tem valor agregado, o que representa para nós 48% do faturamento. Ainda bem que ainda falta fazer a outra metade. Assim, nós temos possibilidades de investir mais. Existe demanda em âmbitos nacional e internacional e nós temos certeza de que a nossa opção é investir em agregação de valor”, sublinhou.

Programa

O presidente da Ocepar afirmou ainda que o sistema cooperativista continuará se empenhando para que todos os ramos possam contar com um programa, como o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), para viabilizar recursos de modo que todas as cooperativas possam investir mais em suas atividades.

Infraestrutura – Em seu discurso após ser empossado, Ricken salientou também as preocupações do setor com melhorias em infraestrutura, em todos os modais, para viabilizar o escoamento da produção e aumentar a competividade do setor produtivo. Ele disse que o Sistema Ocepar ampliará as ações do Programa de Educação Política do Cooperativismo Paranaense, que trouxe resultados nas eleições de 2022 e que será importante para fortalecer a defesa dos interesses do cooperativismo no Congresso Nacional.

De acordo com o dirigente cooperativista, o objetivo é trabalhar em sintonia com os novos diretores da Ocepar eleitos durante a AGO e com o novo secretário geral, Luiz Roberto Baggio. Ele informou que a primeira reunião da nova diretoria ocorrerá em 19 de abril, na sede da OCB, em Brasília. No dia anterior, eles também devem participar do lançamento da Agenda Institucional do Cooperativismo, também do Distrito Federal. “Será uma oportunidade dos diretores estarem junto com os parlamentares paranaenses eleitos e que fizeram parte do nosso Programa de Educação Política. Envolvemos mais de duas milhões de pessoas no pleito passado. Queremos atingir três milhões, que é o nosso número atual de cooperados. Eu gostaria de agradecer a todos e posso garantir que vou me empenhar ao máximo na função”, finalizou.

Presenças

A eleição e posse de Ricken foram prestigiadas pelo governador Ratinho Júnior, pelos secretários estaduais da Agricultura, Norberto Ortigara, e da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; pelo chefe de gabinete, Darlan Scalco, pelo coordenador do G7, grupo formado pelas principais entidades representativas do setor produtivo paranaense, Fernando Moraes, que também é presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), pelo presidente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Marcio Lopes de Freitas, pelo presidente do Sistema Faep, Ágide Meneguette, e pelo presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Antônio Gilberto Deggerone.

No Sistema Ocepar desde abril de 1988, Ricken inicialmente atuou como assessor no departamento técnico e econômico. A partir de 1991, gerenciou a implantação do Programa de Autogestão das Cooperativas Paranaenses. Em 1996, assumiu a superintendência da Ocepar. No início de 2000, coordenou a implantação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR), do qual também foi superintendente.

Natural de Manoel Ribas, na região central do Paraná, Ricken é formado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), é mestre em Administração pela Ebape – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas e especialista em Cooperativismo, com vários cursos no Brasil e no exterior.

O presidente da Ocepar começou sua carreira profissional como engenheiro agrônomo em 1980, no departamento de assistência técnica da Cooperativa Agropecuária Vale do Piquiri Ltda, em Palotina, Oeste do Paraná, atual C.Vale. Na Emater/PR, hoje IDR-PR, atuou no Programa de Bioenergia, de setembro de 1980 a abril de 1981, em Francisco Beltrão, no Sudoeste paranaense. Ainda na Emater/PR, foi chefe do escritório em Realeza, também no Sudoeste. Em Brasília (DF), trabalhou na Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), onde estruturou o Departamento Técnico-Econômico, do qual foi gerente de outubro de 1983 a abril de 1988. Ainda na OCB, organizou e chefiou o Departamento de Informações e Comunicação, de janeiro a outubro de 1983. No Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa), assumiu a função de assessor especial do então ministro Roberto Rodrigues, no período de fevereiro 2003 a maio de 2004, quando exerceu a função de diretor do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural (Denacoop).

Presidentes

José Roberto Ricken é o sétimo cooperativista a assumir a presidência da Ocepar. Desde 1971, quando a entidade foi criada, também exerceram o cargo: Guntolf van Kaick, nos períodos de 1971-1972, 1973 a 1975, 1981 a 1983 e 1984 a 1986; Benjamim Hammerschmidt, de 1976 a 1978 e 1979 a 1980; Wilson Thiesen, de 1987 a 1989 e 1990; Ignácio Aloysio Donel de 1991 a 1992; Dick Carlos de Geus, de 1993 a 1995, e João Paulo Koslovski, de 1996 a 2016.