Foz do Iguaçu - A Prefeitura de Londrina e mais 433 municípios, sendo 35 deles situados no estado do Mato Grosso do Sul (MS), têm até o final do mês de setembro para apresentar projetos socioambientais aptos a receber recursos via programa Itaipu Mais que Energia.

Assinado na tarde desta sexta-feira (18) em Foz do Iguaçu, a iniciativa capitaneada pela hidrelétrica binacional espera investir em dois anos cerca de R$ 1 bilhão em ações com foco no manejo de água e solo, resíduos sólidos, eficiência energética, bem como em empreendimentos sociais, ambientais e comunitários.

Presente à solenidade, o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, destacou o interesse do município em ser contemplado com os recursos viabilizados por meio de convênio firmado diretamente com a Caixa Econômica Federal.

"Essa postura adotada por Itaipu expande a atuação da usina para além dos municípios lindeiros ao lago. Isso será de grande importância para Londrina. Os próximos dias serão de muito trabalho para realinharmos nossos projetos e buscarmos recursos de Itaipu para revitalização do Parque Arthur Thomas e o asfaltamento da estrada do Limoeiro", adiantou o prefeito em entrevista à FOLHA. Belinati destacou ainda que deverão ser realizados estudos para melhorias nas estradas rurais da cidade, dentre outras iniciativas com foco na questão ambiental.

O lançamento do programa Itaipu Mais que Energia foi marcado pela presença de inúmeros prefeitos, deputados estaduais e federais, tanto do Paraná quanto do Mato Grosso do Sul. Com o programa, 44% das cidades do Estado passarão a contar com atuação e recebimento de royalties da empresa.

De acordo com Carlos Carboni, diretor de coordenação da usina, a ampliação da zona de influência da hidrelétrica está intimamente ligada à duração do ciclo de vida do lago de Itaipu. Após realizar análises técnicas minuciosas, a administração atual reconheceu que várias bacias hidrográficas localizadas nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul desempenham um papel significativo no processo de assoreamento dos afluentes do Rio Paraná, o que afeta diretamente o reservatório.

"Com este novo modelo os municípios apresentam as propostas e a Itaipu irá fazer a análise. Em seguida a Caixa formaliza o contrato e na sequência formalizamos o projeto executivo. A partir disso teremos o convênio direto do município com a Caixa. Tudo isso irá garantir muito mais agilidade, com a garantia do recurso que será disponibilizado a partir da execução da obra", detalha Carboni.

O diretor de coordenação pontua que toda prestação de contas será feita por meio da Caixa, que irá repassar as informações à usina. "Iremos receber as propostas até final de setembro. Em outubro elas serão analisadas e definidas as prioridades. A partir desta fase vamos repassar à Caixa os dados dos municípios aprovados, para, enfim, começarem os repasses dos recursos. Esperamos que o dinheiro seja liberado a partir de novembro", detalha Carboni.

“A grandeza de Itaipu oferece inúmeras possibilidades de contribuir com o desenvolvimento social e sustentável de seu território de atuação. As possibilidades de parceria são diversas e acreditamos na importância de retornar à sociedade uma parte de nossos investimentos, especialmente para setores de vulnerabilidade social”, comentou o diretor-geral da Itaipu, Enio Verri.

Negociação sobre Tratado de Itaipu fica para setembro

As negociações do Anexo C do tratado de Itaipu, documento que trata das condições de comercialização da energia gerada na hidrelétrica binacional, deverão ser iniciadas entre Brasil e Paraguai a partir da primeira quinzena de setembro. A informação foi confirmada pelo diretor brasileiro da hidrelétrica, Enio Verri.

"Eu estive na quarta-feira passada com o presidente Santiago Peñasantiago para prestigiar a posse do novo diretor paraguaio da hidrelétrica. Nesta oportunidade pudemos conversar muito sobre este assunto tão importante para os dois países. Ficou acordado que iremos marcar uma nova reunião para o início de setembro. Vale lembrar que o lado paraguaio da hidrelétrica ainda não indicou todos os membros do conselho paraguaio da usina. Até lá nos resta aguardar".