IPCA-15 desacelera a 0,13% e fica abaixo das projeções em setembro
Com o resultado de setembro, o índice acumulou alta de 4,12% em 12 meses, abaixo do patamar de 4,35% da divulgação anterior
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
Com o resultado de setembro, o índice acumulou alta de 4,12% em 12 meses, abaixo do patamar de 4,35% da divulgação anterior
Leonardo Vieceli - Folhapress
Rio de Janeiro - O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) surpreendeu analistas ao registrar inflação de 0,13% em setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A variação ficou bem abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro, que era de 0,28%, conforme a agência Bloomberg. O intervalo das projeções ia de 0,18% a 0,33%.
O IPCA-15 desacelerou ante agosto, quando a taxa havia sido de 0,19%, apontou o IBGE. Com o resultado de setembro, o índice acumulou alta de 4,12% em 12 meses, abaixo do patamar de 4,35% da divulgação anterior.
Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O IPCA, também calculado pelo IBGE, é o índice oficial de inflação do Brasil. Serve como referência para o regime de metas perseguido pelo BC (Banco Central).
O centro da meta de inflação é de 3% em 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais.
Isso significa que a meta será cumprida pelo BC caso o IPCA fique no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) no acumulado de 12 meses até dezembro.
A expectativa do mercado financeiro é de variação de 4,37% para o índice oficial no fechamento deste ano, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (23).
A estimativa segue abaixo do teto da meta (4,5%), mas vem em trajetória de alta nas últimas dez semanas. O BC já sinalizou preocupação com o avanço das previsões de inflação.
Em meio a esse cenário, o Copom (Comitê de Política Monetária) da instituição elevou, na semana passada, a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 10,5% para 10,75% ao ano.
O IBGE coleta os preços do IPCA-15 entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Desta vez, a apuração ocorreu de 15 de agosto a 13 de setembro.
A coleta do IPCA, por sua vez, está concentrada no mês de referência de cada levantamento. Por isso, o resultado de setembro ainda não está fechado. Será divulgado pelo IBGE em 9 de outubro.