Imagem ilustrativa da imagem Investimentos em energia solar crescem em todo o Estado
| Foto: Copel/Divulgação

A adoção de sistemas de energia solar tem crescido rapidamente em todo o Estado, tanto em casas e pequenas empresas, até em parcerias entre os setores público e privado. A Copel colocou em operação, no início deste mês, as três primeiras unidades geradoras da Usina Solar Fotovoltaica Bandeirantes, no Norte Pioneiro. Funcionando inicialmente com 3 MWp (megawatt-pico, unidade de potência da energia fotovoltaica), a usina irá atender uma rede de farmácias com mais de cem lojas no Paraná pelo modelo de geração distribuída. O projeto é uma parceria da Copel com a iniciativa privada e teve um investimento total de R$ 13 milhões dos quais cerca de 50% desse valor saíram do caixa da estatal.

Desde abril de 2012, quando começou a vigorar a Resolução Normativa 482 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada, fornecendo o excedente para a rede de distribuição. No caso do Paraná, para a Copel.

Amparada pela resolução da agência reguladora, a Copel firma contratos com clientes e dá andamento aos projetos de parceria para implementar a usina geradora. As empresas parceiras são selecionadas por meio de chamada pública. Na unidade de Bandeirantes a estatal contou com a parceria da Sistechne Participações, de Curitiba.

Diferente do mercado regulado, no qual a empresa compra energia da unidade geradora, na geração distribuída o cliente da Copel gera a própria energia e compensa o seu consumo. “A Copel implanta a usina para o cliente, presta o serviço de locação de equipamentos e fica responsável pela manutenção. A titularidade acaba ficando com o cliente, mas a Copel é remunerada através do contrato de locação da usina e também do contrato de operação e manutenção”, explicou o superintendente de Serviços na Diretoria de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Ricardo Rothstein.

O valor do contrato não é divulgado, mas segundo Rothstein, o cliente tem uma economia na fatura de energia que varia entre 10% e 20%. “De certa forma, isso tem um impacto no setor porque acaba impactando ao redor. A energia gerada é injetada na rede da Copel e pode favorecer a região. Uma usina dessas traz benefícios para o sistema de forma geral, mas quem paga é o cliente.”

Complexo

O complexo solar de Bandeirantes é formado por 6,9 mil placas fotovoltaicas que ocupam uma área de 10,35 hectares, o equivalente a quase dez campos de futebol. Cada placa é formada por células fotovoltaicas de silício policristalino. Essas células são interligadas em série e reagem com a incidência dos raios de sol, liberando elétrons que são transferidos para um circuito dentro da placa ou painel solar. Na usina de Bandeirantes já há projeto para uma segunda fase, que deverá ser implantada até o final deste ano.

De acordo com a Copel, outras três unidades geradoras serão energizadas ainda esse ano, totalizando 5,36 MWp de potência instalada. Volume suficiente para atender o consumo de energia de aproximadamente dez mil pessoas.

Este segmento está em franca expansão no Brasil. Dados da Aneel mostram que, atualmente, estão em operação no País ativos de geração distribuída solar com cerca de 2,5 gigawatts em capacidade, contra cerca de 1 gigawatt em junho de 2020. São mais de 200 mil unidades conectadas à rede.

Chamada pública

A Copel está com chamada publica aberta para comprar energia de projetos como o idealizado em Bandeirantes, de geração distribuída. O foco da estatal são as localidades com maior demanda e instabilidade no fornecimento de energia para melhorar o serviço prestado. Empresas interessadas em compensar seu consumo podem entrar em contato com a Copel, pelo site www.copel.com/geracao-distribuida e fazer simulações para verificar se vale a pena migrar para o novo sistema.

Mercado de energia fotovoltaica está em expansão

Além de ser uma energia limpa, a energia fotovoltaica permite uma grande economia na conta de luz. Empresas e residências que substituem a energia elétrica pela fotovoltaica podem ter uma redução de até 85% na fatura.

Desde que entrou no mercado de energia fotovoltaica em Londrina, há quatro anos, o engenheiro eletricista e sócio-proprietário da Eletiza Soluções Fotovoltaicas, Vando José Cardoso Júnior, estima um crescimento de, pelo menos, 100% no volume de negócios e há boas perspectivas de expansão para os próximos anos.

Mesmo com as altas no custo do sistema em razão dos equipamentos serem importados e acompanharem a variação do dólar, ainda assim, a procura vem crescendo e Cardoso enxerga muito espaço para avançar no mercado. “A contrapartida na fatura de energia é grande. O tempo médio de retorno do investimento é de quatro anos”, comentou. Os clientes da Eletiza são, em sua maioria, empresários que veem nesse sistema de geração de energia o caminho para uma redução significativa dos custos fixos.

O setor de energia solar no País cresceu 120% no ano passado e, na nossa região, o aumento acompanhou esse percentual. Proprietário da Resize Solar Energy, Rafael Augusto Cândido contou que em 2015, quando abriu a empresa, a maior procura era de residências, mas atualmente, cresceu a busca pelo comércio e a indústria. “Dependendo o segmento da empresa e do horário de funcionamento, a redução na conta de energia chega a 90%. Quanto maior a conta, maior o percentual de redução”, afirmou Cândido.

Segundo o empresário, cada notícia sobre aumento na conta de energia ou mudança na bandeira tarifária é um gatilho para aumentar a procura. “A gente tem picos. Sai uma notícia, aumenta a demanda por orçamentos.”

Para uma residência, o tíquete médio de investimento para a mudança do sistema de fornecimento de energia é de R$ 20 mil. Para uma empresa, os valores variam mais. Cândido mostra o exemplo do projeto feito para um cliente cuja empresa funciona no mesmo endereço da residência e o custo mensal com energia é de aproximadamente R$ 1.400. Para implementar a energia solar, o investimento ficaria em R$ 60 mil e a conta de energia cairia para R$ 260 mensais. “Em quatro anos e meio ele recupera o valor investido e, em 25 anos, vai deixar de pagar R$ 834 mil para a Copel.”