Investimento em habitação popular deve chegar a R$ 5 bi em Londrina
Levantamento do Sinduscon Paraná Norte com 22 construtoras e incorporadoras calcula que 18 mil moradias da modalidade devem ser erguidas na cidade nos próximos três anos
PUBLICAÇÃO
sábado, 15 de maio de 2021
Levantamento do Sinduscon Paraná Norte com 22 construtoras e incorporadoras calcula que 18 mil moradias da modalidade devem ser erguidas na cidade nos próximos três anos
Mie Francine Chiba - Grupo Folha
O setor da Construção Civil está animado com as oportunidades relacionadas a obras de habitação popular em Londrina. Um levantamento realizado pelo Sinduscon Paraná Norte com 22 construtoras e incorporadoras da região prevê a construção de 18 mil moradias da modalidade com investimento de R$ 5 bilhões em cerca de três anos. A apuração foi feita em uma reunião técnica do sindicato.
A estimativa é que o investimento gere em torno de R$ 350 milhões em impostos municipais, e ao longo de um ano, sejam criados mais de 4 mil empregos diretos. "Este valor de R$ 5 bilhões é referente apenas aos projetos que estão aguardando na prefeitura. Entretanto, se levarmos em conta aqueles que estão em desenvolvimento inicial e os apartamentos de alto padrão, a expectativa de investimentos é muito maior", diz o presidente do Sinduscon, Sandro Marques de Nóbrega.
De acordo com ele, o número reflete o represamento das obras, que estavam paralisadas até 2019. "O mercado estava paralisado até 2019 e voltou a caminhar no começo do ano passado. No final de 2019, projetos que estavam paralisados foram desengavetados e esses números refletem um represamento que estava acontecendo." Os projetos se encontram na Secretaria de Obras do município à espera de aprovação e, segundo as construtoras e incorporadoras, a expectativa é que as obras comecem ainda este ano.
O presidente do Sinduscon diz esperar que o município dê celeridade às aprovações dos projetos. "Dependemos das aprovações dos alvarás e licenças ambientais urbanísticas para iniciar a execução das obras. As empresas não começam as obras sem os alvarás." Com a oferta de novos imóveis, a expectativa é que a pressão dos aluguéis sobre as despesas familiares diminua, acrescenta Nóbrega.
TENDÊNCIA
O aumento da demanda segue o ritmo do comportamento observado no cenário nacional. Apesar do agravamento da pandemia, os brasileiros aumentaram em dez vezes a procura por um imóvel, na comparação entre março de 2021 e de 2020, de acordo com levantamento feito pelo DataZAP, do ZAP+. Quatro em cada dez brasileiros afirmaram que sua busca por uma nova casa aumentou, segundo o estudo feito com 2.224 usuários dos sites. Em março de 2020, a proporção era quatro em cada cem.
Para Edivaldo Constantino, economista do DataZAP, a demanda reprimida por habitação no país, aliada aos juros baixos para financiamento imobiliário, contribuiu para essa intensificação. "Os juros brasileiros atingiram o menor patamar da história, e mesmo com a recente tendência de alta da Selic [que subiu de 2,75 para 3,5% ao ano], a tendência é que ela permaneça em patamar baixo, sem ameaçar o dinamismo do mercado", afirma.
Apesar do aumento da Selic, as taxas do financiamento imobiliário se mantiveram em 6,9%, em média, e houve recorde no volume de dinheiro liberado para essas operações, de R$ 43,1 bilhões, segundo a Abecip (associação de entidades de crédito imobiliário). Segundo Constantino, as condições de compra podem mudar mais para o final do ano e em 2022, já que o risco fiscal do país pode influenciar a taxa de juros.
Outro componente que preocupa é a inflação dos insumos da construção civil, que em março chegou a 11,95%, contando os últimos 12 meses. "Fica mais difícil para as incorporadoras conseguirem margem de lucro, o que pode influenciar a dinâmica de lançamento de novos imóveis, mas temos elementos para dizer que o mercado tende a permanecer com vigor e dinamismo ao longo de 2021", afirma. (Com Folhapress)