O mercado de imóveis está apresentando um pequeno, mas animador aumento nas vendas. O motivo seria a migração de investidores que fugiram de opções mais arriscadas, após a turbulência ecônomica causada pelos ataques terroristas aos Estados Unidos. Por causa disso, o momento é interessante para comprar ativos reais, como imóveis, já que há a tendência de aumento nos preços.
''Existe uma recuperação do mercado imobiliário em função dos problemas mundiais'', disse o vice-presidente de Comercialização de Vendas de Imóveis do Sindicato das Empresas de Habitação do Paraná (Secovi), Luiz Carlos Borges da Silva.
Segundo Silva, não há levantamento mostrando a elevação na comercialização, mas ela é percebida pelo mercado. ''Imóveis estão com um preço bastante atrativo, e o investidor pode conseguir rentabilidade de 0,8% a 1% e ainda a valorização natural'', avaliou. Ele recomendou que as pessoas que estão planejando comprar um desses bens que façam agora.
O mercado de imóveis também está ansioso para o retorno das linhas de financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF) para a compra de bens pela classe média, o que deve ocorrer até o final do ano. O setor estava preocupado porque em setembro o banco havia cancelado esse tipo de crédito, medida que já havia tomado alguns meses antes com a suspensão de financiamentos para imóveis usados.
O professor de Finanças da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mauro Halfeld, também concordou que o preço dos imóveis está um pouco represado e há espaço para alta, mas ele é mais cauteloso em aconselhar a compra neste momento. ''Para quem tem um volume alto de aplicações em renda fixa e tenha condições de pagar à vista, é um bom negócio'', avaliou. Para ele, os valor dos imóveis deve ser valorizado em cerca de 10%.
As melhores opções de investimento em imóveis, segundo Halfeld, são apartamentos pequenos, seminovos e comerciais. ''Apartamentos luxuosos não têm muita liquidez e também estão menos suscetíveis a modismos'', opinou. Segundo ele, os imóveis novos são como carros novos, que custam bem mais caro e se desvalorizam rapidamente. ''A vantagem do comercial é que ele não sofre intervenções do governo através de leis, como ocorrem com o residencial, o que favorece locações'', disse.