As franquias do mercado de food service estão entre os setores com potencial de crescimento para este ano
As franquias do mercado de food service estão entre os setores com potencial de crescimento para este ano | Foto: Shutterstock



Os pontos de vendas de produtos e serviços de redes de franquia estão crescendo mais no interior e é cada vez mais forte a presença de novos empreendedores do setor fora do eixo Sul e Sudeste. Levantamento da ABF (Associação Brasileira de Franchising) mostra que entre as 30 cidades com o maior número de unidades franqueadas, 11 tiveram desempenho de destaque e sete delas estão fora das capitais: Campinas, Santo André, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto, Sorocaba e Guarulhos (SP) e Niterói (RJ).

Londrina entrou na lista e ocupa a 30ª posição. Mas quando é analisado o dado de novas unidades, o município sobe para a nona posição, com crescimento de 8% no primeiro semestre de 2018. Na região Sul, a cidade ocupa a quarta posição, atrás apenas das capitais: Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis. "O potencial de consumo e número de habitantes sempre colocam Londrina na lista das franqueadoras como lugar com potencial para novidades. Também há o movimento das redes irem para o interior e, neste sentido, a cidade está sempre no radar", afirmou a consultora do Sebrae, Leda Terabe.

A gerente de inteligência de mercado da ABF, Vanessa Bretas, informou que o movimento de interiorização foi detectado nos últimos quatro anos e "intensificou-se nesse primeiro semestre". Hoje são 152.668 unidades no País e, diferentemente, da característica inicial de instalação em grandes shoppings, os produtos e serviços em sistema de franquia estão ganhando novos espaços. "Tem crescido a presença de lojas físicas em ruas, galerias comerciais, hospitais, laboratórios de análises clínicas e terminais de transportes como o metrô e aeroportos."

Imagem ilustrativa da imagem Redes de franquias crescem no interior



Segundo a gerente, o que tem motivado o aumento da rede no interior e entre outras regiões é a melhoria do poder de consumo nas áreas escolhidas e, também, o fato de que nesses locais ainda não havia acesso aos produtos e serviços franqueados.

O diretor regional da ABF no Sul, Antônio Carlos Diel, avalia que o desempenho de Londrina está associado ao agronegócio. "Londrina é uma expoente, uma região puxante sustentada pelo agronegócio, o que faz dela um novo polo para as franquias", disse Diel.

A cidade também vem se consolidando como criadora de redes de franqueadoras com uma média de quatro a cinco novas redes por ano. Atualmente, são dez. De acordo com a consultora do Sebrae, o órgão está acompanhando mais quatro empresas nesse processo. Uma delas deve lançar a rede nas próximas semanas.

FATURAMENTO
Com mais de 150 mil unidades no País, o setor obteve faturamento de R$ 79,496 bilhões no primeiro semestre deste ano, indicando alta de 6,8% sobre igual período do ano passado. A previsão é de crescimento entre 7% a 8% no encerramento de 2018. A região Sul destoou registrando um crescimento de 15,9% no período.

O Paraná é o maior estado da região Sul em unidades. Dos 191 associados da ABF no Sul, 84 estão no Estado. "No primeiro semestre o faturamento foi de R$ 12 bilhões. A leitura que faço é que o agronegócio, a economia mais diversificada e cidades menores puxantes são responsáveis por esse desempenho positivo", afirmou o diretor regional.

A interiorização está na estratégia de expansão da rede de escola de idioma inFlux English School. A franqueadora está de olho no mercado de Arapongas.
"A região de Londrina e Maringá é um grande polo. Temos entre as duas Apucarana, Arapongas e Rolândia, que são cidades com potencial", comentou Fábio Medeiros, gerente de expansão da inFlux.

Segundo ele, a rede, que conta com 150 unidades no Paraná, está consolidada no Estado como uma marca forte e de qualidade. "Curitiba é conhecida por ser um mercado exigente. Mas Londrina, acredito que pela educação da população, a exigência é muito maior. É um mercado desafiador", comentou. Ele afirmou que a rede está focando também em praças como a Grande Campinas e Grande Belo Horizonte e as capitais nordestinas.

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COMIDA

Além da diversificação dos locais, junto com os novos empreendedores estão chegando os serviços de consultoria financeira e de contabilidade, entre outros. O carro-chefe, no entanto, continua sendo a venda de alimentos. De junho de 2017 a junho deste ano, o segmento registrou um faturamento R$ 21,544 bilhões, que representa acréscimo de 8,1% na receita do segmento.

Para este ano, as expectativas também são positivas para o mercado de food service em geral, que deve se recuperar da crise econômica dos últimos anos. O nicho de culinária asiática é um dos mais tradicionais, corresponde 9%. Segundo a última avaliação da Pesquisa Setorial de Food Service da ABF, o subsegmento de comida asiática cresceu 2% em faturamento em 2017. E as redes estão investindo no setor. A Jin Jin, uma das franquias bem-sucedidas, está em expansão. A rede projeta aumento de 15% no faturamento até o fim do ano.

Em Londrina, a marca abriu a primeira loja no modelo contêiner. "Escolhemos Londrina porque é uma cidade com uma boa performance. Acreditamos que se uma coisa dá certo em Londrina, dará certo em outro lugar. O consumidor exige cada vez mais inovação e acreditamos no poder de compra do londrinense", afirmou Jorge Mariano, gerente nacional de expansão da Halipar (Holding de Alimentação e Participações).

O novo formato, que tem custo de investimento menor em relação às lojas tradicionais, amplia a atuação para além dos shoppings e inclui os serviços de delivery e retirada no balcão. (Com Agência Brasil)