O aumento de casos de Covid-19 entre funcionários de bancos e de fechamento de agências bancárias por conta dos casos confirmados preocupa o Sindicato dos Bancários de Londrina e Região. Somente nesta semana, houve três agências fechadas – duas nesta quarta (5) e uma na terça (4).

Imagem ilustrativa da imagem Interdição de agências bancárias cresce e sindicato vê ligação com isolamento 'frouxo'
| Foto: Sérgio Ranali/Grupo Folha

A preocupação também se estende a outros sindicatos de trabalhadores, que marcaram reunião com o prefeito Marcelo Belinati (PP) para discutir as condições do isolamento social. O encontro está marcado para as 18h desta quinta-feira (6).

As agências fechadas nesta terça foram uma do Bradesco na Rua Minas Gerais e a agência Ouro Verde do Itaú, no Calçadão. Nesta quarta, outra agência do Bradesco, na esquina da Rua Pernambuco com o Calçadão, precisou ser interditada por conta de caso do novo coronavírus.

Segundo o diretor financeiro do sindicato dos bancários de Londrina, Laurito Porto de Lira Filho, afirma que, na base territorial da entidade, foram registrados 19 casos de Covid-19 confirmados e 260 suspeitos, além de 16 agências fechadas em Londrina, Ibiporã, Cambé, Rolândia e Jaguapitã.

Entretanto, em Londrina, havia cinco bancários de Londrina com a confirmação da doença até o dia 8 de julho, conforme resposta da Secretaria Municipal de Saúde a questionamento em ofício expedido pela entidade de trabalhadores. “Do dia 22 de julho para cá 11 bancários foram confirmados com Covid-19 na cidade de Londrina”, afirma Lira Filho.

Ele afirma que o sindicato constatou um crescimento de casos expressivo que coincide com a flexibilização do isolamento social, principalmente após o desrespeito ao endurecimento da quarentena imposto pelo governador Ratinho Júnior (PSD) a partir do dia 1º de julho. A medida, que afetou um terço do Estado apenas, foi questionada por vários prefeitos e desrespeitada reiteradamente. Em Londrina, só passou a vigorar cinco dias depois, por exemplo.

Com a redução do isolamento social, acredita o sindicato, pode haver mais contato entre pessoas que tenham contraído o novo coronavírus e estão assintomáticos e os trabalhadores de bancos. "Parece que o desrespeito à quarentena do governador deu a sensação de que acabou o isolamento social", avalia.

Além disso, o desencontro entre as determinações restritivas das três esferas do governo traz confusão sobre o que é serviço essencial, que deve ser feito presencialmente, e o que pode ser solucionado por outras vias, como caixas automáticos ou via internet.

Além disso, alerta o sindicalista, a cobrança de metas pode estar levando mais pessoas para o atendimento presencial para operações que podem ser feitas virtualmente, como a celebração de contratos de empréstimo. “É para ter a certeza de que o negócio foi fechado”, explica.

O LADO DOS BANCOS

A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) afirmou que, desde que a pandemia chegou no Brasil, criou um fórum com as entidades sindicais que representam a categoria e mais da metade dos 450 mil bancários foram para home office como medida protetiva. Além disso, afirma, as entidades bancárias adotaram a testagem de 100% dos empregados e as principais instituições financeiras disponibilizaram serviços de telemedicina para seus funcionários e adotaram práticas preventivas ao novo coronavírus.

Desde março, quando a pandemia chegou ao Brasil, os bancos criaram duas mesas de negociação nacional permanente sobre Covid-19 em conjunto com as mais de duzentas entidades sindicais que representam os 450 mil bancários do país. Esse fórum tinha como objetivo a elaboração de medidas para garantir a proteção da saúde dos bancários.

Tão logo a pandemia foi decretada, cerca de 230 mil bancários, o que representa mais da metade do total de trabalhadores do setor, entraram no sistema de home office.

Além disso, as instituições bancárias disponibilizaram a testagem para 100% dos seus empregados, para a realização conforme a ocorrência dos sintomas, evitando assim os testes falso positivos e a contaminação nas clínicas que ministram os exames. Além disso, as maiores instituições financeiras do país colocaram serviços de telemedicina à disposição dos bancários para que possam se prevenir e controlar o surgimento dos sintomas.