A perspectiva de estagnação da economia para os próximos meses e a crise mundial deflagrada em setembro, em países como a Rússia, não foram suficientes para uma retração nos investimentos industriais no Paraná. Uma pesquisa feita por economistas do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) mostra que desde a metade de setembro até ontem foram garantidos investimentos industriais que totalizam R$ 440 milhões. Neste período, houve a assinatura de dez acordos entre as indústrias e o governo do Estado para instalação de fábricas.
O total de investimentos neste período pode garantir a geração de empregos para 15 mil trabalhadores, segundo a declaração feita pelas empresas no momento em que confirmaram a vinda ao Estado. A maioria dos projetos é de instalação de agroindústrias no Paraná e de fornecedoras das montadoras.
Mas há também outros investimentos que foram confirmados nos setores de cimento e metal mecânico. Entre as empresas que assinaram os protocolos com o governo do Estado para entrar no programa de incentivos fiscais (Paraná Mais Empregos) estão a Placas do Paraná, em Jaguariaíva, a Cotrefal, em Medianeira, e a Da Granja, em União da Vitória.
O economista do Ipardes, Gilmar Lourenço, disse que a vinda destas empresas demonstra que a crise internacional não abala de imediato quem está propenso a fazer investimentos a longo prazo. ‘‘Superada a crise, empresas que seguraram os investimentos, como a montadora japonesa Suzuki, devem olhar novamente para o Paranᒒ, afirmou Lourenço. No caso da Suzuki, a crise no Japão fez com que a empresa recuasse em seus novos projetos para a América Latina.
Para o economista do Ipardes, a injeção de dinheiro das novas indústrias permite que o governo do Estado respire um pouco mais aliviado frente à crise econômica nacional. O Paraná tem confirmada uma atração de R$ 25 milhões, se forem somados os recursos das obras de infra-estrutura e das novas indústrias.
Gilmar Lourenço afirmou que a decisão do governo estadual de lançar um pacote de medidas para conter despesas estimula as empresas a confiar no Estado. Há outros pontos que colocam o Paraná em vantagem, como por exemplo a pouca dependência em relação ao governo federal e a existência de instrumentos ligados ao fomento. Outro fator que assegura ao governo passar com mais tranquilidade pela crise é a criação do Fundo Previdenciário, que a curto prazo permitirá ao governo se enquadrar à Lei Camata, que obriga Estados e municípios a gastar até 60% das receitas com o funcionalismo púiblico.