Paulo Pegoraro
De Cascavel
Balanços que estão sendo apresentados por cooperativas de produtores rurais do Oeste paranaense indicam que produtos industrializados por elas são predominantes na composição de seu faturamento, e cada vez mais os produtos comercializados in natura perdem peso na receita. Na Cooperativa Agropecuária Cascavel (Coopavel), os primeiros representaram no ano passado 80% dos R$ 289 milhões faturados.
Os números constam de balanço apresentado pela diretoria da Coopavel, em assembléia de prestação de contas realizada anteontem. Em Cafelândia, a diretoria da Cooperativa Agrícola Consolata (Copacol) relatará amanhã desempenho semelhante, ratificando-se em definitivo o acerto dos projetos de verticalização da economia e atividades. Ela é representada principalmente pela transformação de grãos em ração.
O processo se completa com a alimentação de rebanhos, que oferecem a carne para industrialização. No caso da Coopavel, são abatidos diariamente 140 mil frangos, 1,5 mil suínos e 200 bovinos. Os dois últimos frigoríficos foram inaugurados no ano passado, completando o ‘‘projeto carne’’ deflagrado no início dos anos 90, com investimentos globais de R$ 50 milhões, inteiramente com recursos próprios.
Também o setor de laticínios foi estimulado pela verticalização - no ano passado, foram 11 milhões de litros. Com isso, a comercialização de matéria-prima representou apenas 7% de toda a movimentação financeira - serviços, 1%. O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, observa que a venda de industrializados garante ‘‘expressiva agregação de valor à produção’’, por isso o faturamento teve crescimento de 25%.
Na Copacol, o presidente, Valter Pitol, relatará aos cooperados, amanhã, que, embora ‘‘as adversidades da economia do País’’, o faturamento no ano passado chegou a R$ 356 milhões, crescendo 33% em relação ao exercício anterior. A cooperativa abateu 130 mil frangos ao dia, e parte considerável de seu faturamento originou-se de derivados e cortes selecionados, com acréscimo de 64% nas exportações.
O desempenho estimula um projeto de duplicação da capacidade do frigorífico, que estará concluído até o final do ano. A cooperativa de Cafelândia também opera desde o ano passado uma Unidade de Recebimento e Beneficiamento de Café, nova forma de verticalizar a produção dos cooperados, e implantou um Centro de Controle de Qualidade, com laboratórios para análise de sementes e da produção do frigorífico.