Metal (4,3%) e minerais não-metálicos (4,2%) são algumas das atividades que mais cresceram na indústria nacional
Metal (4,3%) e minerais não-metálicos (4,2%) são algumas das atividades que mais cresceram na indústria nacional | Foto: Sergio Ranalli


A indústria paranaense registra o quarto maior crescimento do País entre janeiro a maio, na comparação com o mesmo período de 2016. A alta de 3,1% foi puxada pelas atividades de máquinas e equipamentos (60,3%) e de veículos automotores, reboques e carrocerias (21,2%), segundo a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física divulgada na terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A supersafra no campo e o aumento das exportações de automóveis pelo Estado são os principais motivos.

O resultado é bem superior ao de 0,5% da média nacional no acumulado do ano. A alta no Paraná fica atrás apenas de Rio de Janeiro (4,6%), Santa Catarina (4,3%) e Espírito Santo (3,4%). Ainda, o Estado registra números positivos em oito de 13 atividades, que incluem de produtos de metal (4,3%), de minerais não-metálicos (4,2%) e de produtos de madeira (2,5%). Pelo lado negativo, destacam-se derivados de petróleo e biocombustíveis (-11,3%), produtos químicos (-8,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,9%) e de móveis (-8,5%).

O diretor do Centro de Estatística do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Francisco de Castro, afirma que os resultados nas exportações do Estado chamam a atenção. "Tivemos um crescimento no comércio exterior de 15,2% de janeiro a junho e somente automóveis tiveram alta de 93,2%", conta.

Grande parte desse consumo está na Argentina, que voltou a importar, diz o economista Roberto Zurcher, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). "Os veículos importados lá são hoje mais baratos do que os de fabricação própria. E tivemos ainda algum sinal de recuperação do mercado interno, principalmente pela redução da taxa de juros", diz.

Imagem ilustrativa da imagem Indústria cresce 3,1% no Paraná em 2017



Recuperação

Para Castro, como mais da metade das atividades contam com desempenho positivo no Estado, é possível falar em recuperação. "Se fosse só em um mês seria cedo para falar, mas é algo considerável por ser o resultado no acumulado do ano", diz. Isso porque o avanço de 7,6% em maio ante o mesmo mês de 2016 se deu depois de uma queda de 5,0% em abril, no mesmo comparativo.

Zurcher prefere esperar para falar em retomada. "O ano passado foi o terceiro consecutivo de queda na indústria paranaense, então todas as bases de comparação estão deprimidas", conta. "Pelos últimos dados do IBGE, o desempenho neste ano ainda está 20% abaixo do que tínhamos em 2013", completa.

No País
Além de apresentar alta de 0,5% no acumulado do ano, houve crescimento de 4,0% na média nacional em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. Vale registrar que neste ano houve um dia útil a mais no mês do que em 2016, mas, mesmo assim, houve avanço em dez dos 15 locais pesquisados.

O economista da Fiep lembra que o resgate de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) injetou bilhões em consumo, o que explica parte do desempenho nacional. Porém, diz que há um descolamento da crise econômica da política que gera melhores expectativas no mercado. "A discussão de reformas, a queda da inflação e os juros mais baixos também têm influência positiva", diz.