O número de consumidores londrinenses que não conseguiram quitar suas dívidas e tiveram o nome inscrito no cadastro do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) mais que dobrou no período de janeiro a maio de 2022 na comparação com igual período do ano passado. Levantamento da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) divulgado nesta quinta-feira (2) aponta alta de 128% no número de endividados nos primeiros cinco meses do ano. A inadimplência também aumentou em maio ante abril. O crescimento foi de 24%.

A alta expressiva no índice de devedores é um dado preocupante porque o lojista não recebe pela venda, na avaliação do consultor econômico da Acil, Marcos Rambalducci, mas ele ressalta que este é um movimento esperado em razão do “aumento significativo nas vendas”. “Mais consumidores adquirindo a prazo significa também que o número absoluto daqueles que não conseguirão honrar o compromisso assumido tende a aumentar.”

O economista chama a atenção para o número de devedores que conseguiu limpar o nome e sair da lista de negativados. Maio foi o quinto mês consecutivo com percentual positivo nesse indicador. No mês passado, comparado a abril, aumentou em 1% o número de consumidores que saíram do SPC, mas no acumulado do ano, este percentual já é 130% maior do que o registrado no mesmo período de 2021. "Se o aumento nas vendas justifica a subida na inadimplência, a geração de novos postos de trabalho com carteira assinada ajuda a entender o percentual elevado de consumidores que estão conseguindo limpar o nome", afirmou o economista.

Com o crescimento proporcional do número de consumidores que deixaram a lista de negativados, é possível manter a base de clientes com capacidade de tomar crédito praticamente no mesmo patamar, destacou Rambalducci.

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“A boa queda na inadimplência é aquela que vem acompanhada da manutenção ou aumento nas vendas. Verificamos essa ocorrência quando a taxa de desemprego cai de forma consistente acompanhada do aumento médio da renda do trabalhador. Este cenário ainda não é realidade no país, embora estejamos criando novos postos de trabalho e trazendo o desemprego para percentuais melhores. Mas a renda, no geral, tem caído também”, ponderou o economista.

Rambalducci avalia que o número de pessoas empregadas apresenta uma curva de subida, mas o cenário ainda é de “muita incerteza” para os próximos meses, em especial com a aproximação das eleições. “Caso o ambiente político não degrade a economia e consigamos repetir o desempenho destes primeiros cinco meses em termos de geração doe emprego e renda, há, sim, uma tendência de recuo na inadimplência e aumento na base de clientes com capacidade de tomar crédito.”

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