O ano de 2020 se mostrou muito vantajoso para a importação de alimentos do Chile, em comparação a anos anteriores. A alta foi destaque no último relatório do Ministério das Relações Exteriores do Chile que constata o aumento das vendas de produtos chilenos para o Brasil, com destaque para vinhos, hortaliças e, principalmente, castanhas. O país é um dos nossos únicos vizinhos da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil, mas ainda assim deixam muito de sua cultura gastronômica por aqui. “O mercado brasileiro foi o primeiro destino de exportações de bens e serviços (que não sejam cobre) na América Latina, e o quarto no mundo em 2020, movimentando US$ 1,6 bilhão” - expõe María Júlia Riquelme, diretora comercial do ProChile Brasil.

Central Chile wineyard on sunset with Los Andes mountains on back. Here plantation with grapes for made the best wines around the world as: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Bordeaux Blends, Carménère, Syrah, Pinot Noir and Merlot. Chilean wine is one of the most famous wines around the world, as Australia, France, California, Italy as well. Open Shoot landscape with a copy space in autumn season.
Central Chile wineyard on sunset with Los Andes mountains on back. Here plantation with grapes for made the best wines around the world as: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Bordeaux Blends, Carménère, Syrah, Pinot Noir and Merlot. Chilean wine is one of the most famous wines around the world, as Australia, France, California, Italy as well. Open Shoot landscape with a copy space in autumn season. | Foto: ampueroleonardo

O quadro é resultado de uma relação internacional de décadas, que permitiu a circulação facilitada desses produtos. “Há mais de 24 anos, Chile e Mercosul fizeram um acordo que permitiu que todas as mercadorias fossem comercializadas com tarifa zero” - explica Riquelme, em referência ao ACE 35 (Acordo de Complementação Econômica nº 35), assinado por Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina em 1996. O acordo tornou o Chile o primeiro Estado-Associado do Mercosul.

Os vinhos são protagonistas nesse cenário. A bebida já caiu no gosto do brasileiro e Riquelme conta que há 15 anos o Chile é o principal fornecedor de vinhos importados ao País. No último ano, o consumo se expandiu em 24% em comparação a 2019, o que representa um montante de US$ 184 milhões. A venda também é destaque para o lado chileno: hoje o Brasil é o segundo maior comprador estrangeiro de vinho. Para a diretora, muito disso se deve a qualidade da bebida selecionada pela instituição, que tenta “destacar os vinhos de nicho, mais conhecidos como vinho de autor, caracterizados por serem amostras representativas da diversidade e riqueza do Chile”.

"A wine cork from Chile with a wine glass, corkscrew and wine bottle in the background.Similar Image:"
"A wine cork from Chile with a wine glass, corkscrew and wine bottle in the background.Similar Image:" | Foto: Brycia James

A horticultura também tem seu papel. Certamente, quem se sobressai nesse cenário é a avelã, que saltou de US$ 1,32 milhão em 2019 para US$ 10,43 milhões no ano seguinte, demonstrando uma alta de 690%. A importação de alhos frescos costumava representar US$ 3,58 milhões em 2019, mas passou para US$ 8,77 milhões em 2020, um aumento de 145% - ou seja, mais que o dobro. As maçãs frescas também tiveram alta expressiva de 111%, passando de US$ 17,45 milhões em 2019 para U$ 36,81 milhões no ano passado, o maior crescimento dos últimos cinco anos. Se destaca também a entrada de kiwis, que atingem os US$ 17,35 milhões em 2020. Outros produtos com crescimento de demanda foram a ameixa desidratada, com alta de 116%, e a cebola, com 50% a mais de vendas.

A carne de porco também foi rentável, com alta de 8%, chegando a US$ 4,09 milhões em 2020. E o azeite chileno ocupa a terceiro favorito dos brasileiros entre os que vêm de fora do país. Todos esses resultados foram surpreendentes para a instituição diante a pandemia do novo coronavírus. A diretora conta que os esforços para conectar produtores e compradores foram especialmente maiores, pautados em encontros virtuais. “Esperávamos um resultado positivo, mas algumas categorias de produtos superaram as expectativas” – declara.