Nos sete primeiros meses do ano, o Porto de Paranaguá recebeu 25 navios carregados de malte e cevada. Foram descarregados no terminal mais de 144 mil toneladas importadas da Argentina, Uruguai e Alemanha - volume 10% maior do que o registrado em 2011. Os produtos são utilizados, principalmente, na fabricação de cervejas artesanais.
Segundo o departamento de operações da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), os navios de malte e cevada, assim como os de trigo, não aguardam ao largo para atracar. Eles têm preferência na atracação por transportarem carga perecível. A atracação desses navios - solicitada com antecedência de até cinco dias - segue os critérios utilizados nas chamadas janelas públicas de atracação, com determinados dias e horários para atracar e desatracar e volumes a serem movimentados num período máximo de até quatro dias.
'Essa dinâmica de operação estimula a produtividade. Além disso, dá mais garantia da qualidade do produto para o comprador'', afirma o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
O principal importador de malte pelo Porto de Paranaguá é a Cooperativa Agrária, da região de Guarapuava. Uma das unidades do grupo é a Maltaria Agromalte.
Cerveja
Grandes clientes da Cooperativa Agrária são as cervejarias artesanais paranaenses. De acordo com a Associação dos Cervejeiros Artesanais do Paraná (Acerva-PR), além de produzir o malte ''base'', que compõe de 70 a 95% de uma receita de cerveja, a Agrária é importadora de maltes especiais, utilizados para cores e sabores diferenciados.
Assim como a importação da matéria-prima, o mercado cervejeiro também tem crescido - com destaque para a produção artesanal. ''Não vemos cervejarias com capacidade ociosa, bem pelo contrário, a grande maioria está com projetos de expansão. O Paraná vem se destacando no cenário nacional de cervejas artesanais, tanto no quesito quantidade, quanto na qualidade'', afirma o representante da Acerva, André Junqueira.
''A cadeia como um todo vem evoluindo. Os distribuidores têm aumentado sua área de cobertura; os supermercados têm destinado cada vez mais espaço para as cervejas especiais; os restaurantes e bares têm oferecido mais opções em seus cardápios. Também é notável o número de empreendedores que estão com projetos para entrar neste mercado. São diversas pessoas, de várias partes do Estado, iniciando suas próprias cervejarias'', diz.