A inflação de agosto medida pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou em 0,90%, resultado 0,72 ponto porcentual inferior ao de julho. A queda estava dentro das expectativas do mercado mas, os atentados terroristas de ontem nos Estados Unidos fizeram com que, a partir de agora, ''a inflação no Brasil seja um ponto de interrogação'', como afirmou o chefe do Centro de Estudos de Preços da FGV, Paulo Sidney de Melo Cota. Até ontem, Cota previa que a inflação este ano para o consumidor seria em torno de 6,5%.
''Ninguém sabe as consequências da tragédia no preço do petróleo e no comportamento do dólar. Até porque a desconfiança sobre a autoria dos atentados está recaindo justamente sobre os países produtores de petróleo'', afirmou Cota. Ele lembrou que o ajuste no preço dos combustíveis no País é feito a cada três meses seguindo, seguindo a equação da variação cambial e do preço internacional do petróleo, ambos em alta. Como o último reajuste foi em julho, o próximo deve ocorrer em agosto.
''Desde a Segunda Guerra Mundial, não há um ataque com a intensidade do que ocorreu hoje (ontem). Por isso, não há como ter uma noção sobre qualquer consequência'', afirmou Cota. O economista disse apenas que, com o dólar em alta, os juros também poderão subir e o impacto na inflação, que vinha apresentado queda, deve ser imediato. O índice divulgado ontem refere-se ao acompanhamento dos preço de 1º a 30 de agosto. A primeira prévia da inflação de setembro, medida pelo IGPM, divulgada segunda-feira, já indicava que os preços estavam caindo ainda mais.