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Economia 5m de leitura

ICMS dos combustíveis no Paraná deve baixar em julho, diz Fazenda

Lei federal que obriga redução passou a valer na sexta-feira (24); em SP, medida anunciada nesta segunda deve baixar gasolina em R$ 0,48

ATUALIZAÇÃO
27 de junho de 2022

Simoni Saris - Grupo Folha
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem ICMS dos combustíveis no Paraná deve baixar em julho, diz Fazenda

Os consumidores do estado de São Paulo deverão pagar mais barato pela gasolina nos próximos dias. A expectativa é de uma queda de R$ 0,48 na bomba após a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o combustível, de 25% para 18%. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (27) pelo governador Rodrigo Garcia. O preço do litro do produto deverá cair de R$ 6,97, em média, para menos de R$ 6,50. A redução da alíquota foi publicada nesta segunda no Diário Oficial do estado, seguindo a determinação da lei complementar 194/2022, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira (24). 

No Paraná, a Sefa (Secretaria de Estado da Fazenda) não tem nenhum estudo neste sentido, mas o entendimento é que o governo estadual será obrigado a baixar os preços em razão da sanção da lei complementar que considera essenciais bens e serviços relativos à comunicação, além de combustíveis, energia elétrica e transporte coletivo. O dispositivo veda a fixação de alíquota tributária em patamar superior ao das operações em geral, por serem serviços essenciais e indispensáveis. 

A redução imposta pela legislação federal deve entrar em vigor a partir de julho, mas a Sefa ainda não sabe quando a queda na alíquota será aplicada e nem o quanto irá aliviar o bolso dos consumidores, mas a assessoria de comunicação disse que deve ocorrer “em breve”.  A secretaria também aguarda uma reunião entre o Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal) e o STF (Supremo Tribunal Federal) que deve acontecer nesta semana.

Na última quarta-feira (22), governadores de 11 estados entraram com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) na Suprema Corte contra a lei complementar 194/2022. Embora o governo do Paraná não tenha assinado a ação, uma decisão favorável ao Comsefaz pode impactar todos os estados.

Na ação, os estados argumentam que o imposto é de competência dos estados e do Distrito Federal e que as mudanças impostas pela lei na cobrança do ICMS fere "gravemente o pacto federativo e o princípio da autonomia dos entes subnacionais, sob vários aspectos". 

Leia mais: https://www.folhadelondrina.com.br/economia/governadores-vao-ao-stf-contra-mudanca-do-icms-sobre-combustiveis-3207316e.html

Garcia, que irá disputar a eleição ao governo de São Paulo em outubro, ressaltou que o ICMS não é e nunca foi o vilão do preço do combustível no Brasil e que não se deve “camuflar a realidade”.  Os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, apontou ele, são de ordem macroeconômica, um problema com os preços internacionais do petróleo e também na Petrobras, “que ganha muito e devolve pouco para a população deste país”. Com a redução da alíquota anunciada nesta segunda, o governador paulista diz que fez a sua parte e cobrou do governo federal e da Petrobras medidas para conter as altas nas próximas semanas. “Esperamos agora que com essa contribuição, a Petrobras faça a parte dela.” 

O impacto da medida adotada por Garcia será de R$ 4,4 bilhões no caixa do estado, correspondente à perda de arrecadação em 12 meses. A compensação virá, segundo ele, pelo superávit nas contas do estado de 2021, mas o governador prevê dificuldades a partir de 2023, o que pode comprometer investimentos em áreas essenciais, como saúde e educação. Daí a necessidade de medidas de compensação do governo federal.  

PARANÁ

A Sefa calcula em R$ 6,33 bilhões a perda de receita do Paraná com a entrada em vigor da lei complementar 194/2022 e adianta que haverá desequilíbrio das contas públicas. Só em combustíveis, o Estado deverá deixar de arrecadar R$ 2,04 bilhões. Os repasses obrigatórios aos municípios e outros poderes também serão prejudicados.  

A redução da alíquota do ICMS implicaria o corte de R$ 1,18 bilhão da cota-parte do imposto para os municípios, além das perdas de R$ 1,4 bilhão para a educação e de R$ 566 milhões para a saúde. O Poder Legislativo deixará de receber R$ 236 milhões, o Judiciário terá um corte de R$ 448,4 milhões nos repasses e o Ministério Público, R$ 193,5 milhões. 

Segundo levantamento feito entre os dias 19 e 25 de junho pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio do litro da gasolina comum no Paraná é de R$ 7,305, do diesel, R$ 7,382 e do etanol, R$ 5,211. Em Londrina, os preços dos combustíveis estão um pouco abaixo da média estadual com a gasolina comum cotada pela ANP em R$ 7,262, o diesel em R$ 7,043 e o etanol em R$ 5,140.  

PROCON

O governador de São Paulo informou que o Procon-SP irá monitorar os preços em mais de mil postos no estado e divulgar os números para que o consumidor possa fiscalizar se houve redução nas bombas. Garcia disse que o órgão fiscalizador não pode multar os postos, apenas fazer a divulgação de valores, uma vez que não há controle de preços no Brasil. “Determinei ao Procon que a gente possa fazer a divulgação do preço médio da gasolina em todo o estado para que o consumidor, de maneira livre e soberana, saiba claramente aqueles postos de gasolina que estão aplicando essa redução de imposto. Não adianta a gente fazer esse esforço e a redução ficar na margem do posto de gasolina ou da distribuidora”, disse o governador.(Com Folhapress)

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