Holding compra 40% de rede de franquia londrinense

O Grupo SMZTO, holding de franquias de marcas como Casa X e Instituto Embelleze, comprou 40% de participação na Oral Sin Implantes – franquia fundada em Londrina em 2004. O valor do investimento não foi divulgado. A empresa tem 205 franquias vendidas - 155 já funcionando.

Elas estão espalhadas pelo Brasil, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E, segundo o presidente Eduardo Rampazzo, devem faturar juntas cerca de R$ 400 milhões neste ano.

A empresa pertence a Rampazzo e dois sócios, todos dentistas. “Chegou um momento que a gente cresceu o que podia crescer como uma empresa gerida por três dentistas. Sentimos que precisávamos de um novo sócio para profissionalizar o negócio ainda mais”, conta.

A companhia já havia sido assediada por um fundo de investimento estrangeiro, quando os sócios acharam por bem contratar uma empresa para assessorá-los: a JMB Advisors (leia mais nesta edição). Antes de fechar o negócio, os sócios foram apresentados a outros investidores. “Escolhemos a SMZTO por uma questão de sinergia.” Além de também ser uma rede de franquia, o grupo tem uma marca na área odontológica, a Odonto Company. Mas, segundo Rampazzo, não trabalha com implantes e, por isso, é complementar à Oral Sin.

O presidente diz que os planos de expansão com o novo sócio ainda não foram definidos. Mas, sozinha, a Oral Sin já tinha meta de chegar a 400 franqueados até 2022. “Nós continuaremos na gestão da empresa. Virá um representante (da SMZTO) que vai atuar como diretor administrativo.”

CRESCIMENTO

A história de sucesso da rede começou com uma clínica em Arapongas. “Eu dormia na própria clínica porque não tinha dinheiro para pagar o pedágio (entre Arapongas e Londrina, onde mora)”, conta Rampazzo. Somente em 2010, foi aberta a primeira franquia, em Dourados (MS).

A Oral Sin emprega 50 pessoas na cidade, entre elas profissionais pós-graduados que atuam no treinamento de franqueados. Com o novo sócio, o quadro de funcionários deve ser ampliado em breve.

CELEBRIDADE

O SMZTO é presidido pelo bilionário paulista José Carlos Semenzato, 50, sócio de celebridades como Xuxa Meneghel e Guga Kuerten. O empresário começou a trabalhar aos 13 anos na cidade de Lins, vendendo coxinha e, aos 22, abriu sua primeira franquia, a Microlins Cursos Profissionalizantes.

Atualmente, ele é um dos “jurados” da quarta temporada do Shark Tank Brasil, reality show do canal Sony.

O grupo tem mais de 1.600 unidades franqueadas nos setores de educação, saúde, beleza, entretenimento e alimentação. As marcas são Casa X, Espaçolaser, Instituto Embelleze, OdontoCompany, PartMed, L'Entrecôte de Paris, Gua.Co, Belle.Club, Joy Juice e Oakberry. E, agora, Oral Sin.

OUTROS INTERESSADOS

Sócio da boutique de investimentos de Londrina, JMB Advisors, Evandro Bazan Junior conta que o processo de busca de um sócio para a Oral Sin durou cerca de um ano e meio. Foi o tempo necessário para a assessoria preparar a empresa, buscar possíveis investidores e o fechamento do negócio. “Apresentamos quatro opções para eles, que escolheram a SMZTO”, afirma.

A partir de Londrina, a JMB trabalha com fusões e aquisições em vários estados. Este foi o 8º negócio assessorado pela empresa, criada na cidade há sete anos. “Atualmente, estamos trabalhando com 13 outros projetos”, conta. Um deles é um empreendimento local de agronegócio. “Temos projetos em São Paulo, no Centro-Oeste e no Nordeste.”

No ano passado, a empresa assessorou a venda da Vencofarma - indústria londrinense de vacinas e medicação para animais - para a inglesa Dechra. A transação foi de R$ 185 milhões.

De acordo com Bazan Junior, apesar da crise, o setor de fusões e aquisições cresce em algumas áreas consideradas resilientes, como saúde e agronegócio. “Tenho certeza que vai crescer mais assim que a reforma da Previdência for aprovada. Os investidores vão tirar o pé do freio.”

Além de uma boutique de investimentos, uma transação do tipo envolve assessorias de contabilidade e jurídica. O advogado Alexandre José de Pauli Santana trabalhou no caso da Oral Sin. Há pouco mais de um ano, ele estava de mudança para São Paulo, onde trabalharia num escritório focado em investimentos, o Baptista Luz. Mas, segundo Santana, a banca decidiu abrir uma sede em Londrina por entender que a região tem potencial para fusões e aquisições.

Além da Oral Sin, os cinco advogados do escritório trabalham em mais quatro negócios com empresas da região. Um deles já está fechado, mas não pode ser divulgado. “Há uma grande consolidação do mercado nas áreas de saúde e educação. Muitas empresas serão compradas”, conta.

Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), as fusões e aquisições somaram R$ 177,2 bilhões no País no ano passado, volume 28% maior que o registrado no ano anterior, de R$ 138,4 bilhões. Foram 140 transações.