Depois de publicar um decreto estendendo até domingo (12) o fechamento do comércio da cidade, o prefeito de Rolândia, Luiz Francisconi Neto, voltou atrás e decidiu “afrouxar” mais as regras de funcionamento do comércio durante a pandemia do coronavírus. Um novo decreto com as novas regras foi editado nesta terça-feira (7).

A decisão voltou a ser discutida no final da manhã desta terça-feira (7), quando o prefeito se reuniu com a Acir (Associação Comercial e Industrial de Rolândia) e o presidente da Câmara de Vereadores. A Acir entregou a Francisconi Neto um ofício que mostra que 100% dos associados ouvidos em uma pesquisa pedem pela abertura do comércio. Do presidente da Câmara, o prefeito recebeu um ofício em que os vereadores pediam que alguns critérios do decreto anterior fossem reavaliados.

Francisconi passou toda a tarde com a equipe de governo definindo as novas regras.

Em entrevista à FOLHA, ele afirmou que a compra da hidroxicloroquina para tratamento de pacientes em um centro de saúde que será preparado para centralizar o atendimento dos casos de coronavírus na cidade pesou na decisão de afrouxamento das regras de funcionamento do comércio. A hidroxicloroquina é um medicamento que está sendo estudado como uma alternativa de tratamento do coronavírus. “Hoje (terça-feira) tivemos o OK de um orçamento de mais de 12 mil cápsulas que nos permitiram tomar a decisão de afrouxar o rigor do comércio.”

Segundo Francisconi, o investimento nos medicamentos foi de R$ 35 mil. Perguntado sobre a possibilidade de a hidroxicloroquina aumentar a busca pelo tratamento da doença na cidade, o prefeito disse que os pacientes terão de atender a um protocolo a ser definido pela saúde. Além disso, o paciente terá de dar o seu consentimento para poder fazer uso do medicamento e o tratamento terá o acompanhamento das equipes de saúde.

A decisão do uso do medicamento em Rolândia foi baseada em resultados atingidos por hospitais que adotaram o medicamento no tratamento do coronavírus no Brasil e no mundo, diz o prefeito. “É a arma que temos na mão. O melhor dos cenários é que tivéssemos os testes. Mas não temos, e pensando friamente, não vamos ter. Então temos que eleger critérios para reabrir aos poucos o comércio e dar ao mesmo tempo segurança para população.”

Decreto

O novo decreto (nº 92/2020) dispõe sobre “a abertura controlada do comércio” e altera o decreto anterior autorizando mais estabelecimentos a abrir, desde que adotando medidas de higienização descritos no documento, como fornecimento de álcool gel aos clientes, medição de temperatura, distanciamento mínimo nas filas e higienização de superfícies. “Na prática, aquelas lojas que estavam totalmente fechadas vão poder abrir com restrições, com cuidados como uso de máscaras, luvas, disponibilização de álcool gel para os clientes, cuidados básicos que vamos pedir e cobrar.”

Esse é o caso de lojas comerciais, que poderão abrir com permanência de até nove funcionários no interior. A prestação de serviços em geral também está permitida.

Está permitido ainda o funcionamento de açougues, mercearias, mercados, padarias. Lanchonetes, bares, restaurantes e similares só por delivery. Estabelecimentos que oferecem medicamentos, tratamentos e atendimento de saúde ficarão abertos. Salões de beleza e centros de estética funcionarão com restrições. Lojas de produtos agropecuários poderão abrir; pet shops só com entregas. Postos de combustíveis, distribuidoras de água e de gás estão autorizadas a funcionar. Distribuidoras de bebidas, no entanto, só por delivery.

Agências bancárias, casa lotéricas, tabelionatos, cartórios e escritórios vão abrir. Indústrias e oficinas também funcionarão normalmente. Hotéis e pousadas só poderão operar com 50% da ocupação.

Para os estabelecimentos com proibição de funcionamento, a medida vale até domingo (12).

Ibiporã

Já em Ibiporã, o MP (Ministério Público) recomendou o fechamento do comércio, nesta terça-feira (7), um dia depois de a prefeitura ter autorizado. A decisão do prefeito João Coloniezi (MBD) havia sido tomada levando em consideração a preocupação com a economia. "Os bancos estão abertos, os mercados, as loterias. Pensei que o comércio da cidade que já é tão pequeno poderia funcionar para receber as promissórias, depois de um fim de mês tão sofrido", apontou o prefeito, que irá cumprir a determinação do MP. (colaborou Pedro Moraes/Reportagem Local)