Gerson Guariente Júnior “Os grupos vão disputar o hackathon e a ideia é que na sequência essas pessoas já estejam desenvolvendo uma startup empresarial com condições de se desenvolver"
Gerson Guariente Júnior “Os grupos vão disputar o hackathon e a ideia é que na sequência essas pessoas já estejam desenvolvendo uma startup empresarial com condições de se desenvolver" | Foto: Gina Mardones/2-10-2019

Quando se fala em renovação tecnológica, o setor da construção civil caminha a passos lentos. Vista como uma indústria tradicionalista e avessa a inovações, a estagnação é observada desde os processos de gestão até os recursos tecnológicos utilizados no desenvolvimento dos projetos e nos materiais de construção, que se atendem a exigências de durabilidade e desempenho, deixam a desejar na questão de sustentabilidade. Com o objetivo de buscar soluções nessa área, o Sinduscon/Ceal, o Sebrae e o Senai promovem, neste final de semana, a segunda edição do Hackathon Construtech Londrina, que começa nesta sexta-feira (18) e segue até domingo (20), na sede do Sinduscon.

Treze grupos irão disputar a maratona tecnológica, formado por pessoas de várias áreas, como engenharia civil, engenharia de sistema e arquitetura. Os participantes apresentarão soluções para o setor, nas áreas de gestão de obra, inteligência de mercado, gestão de projetos, materiais e métodos construtivos, mão de obra e sustentabilidade. Os projetos serão avaliados pelos critérios: modelo de negócio (mercado e monetização); inovação e experiência do usuário; maturidade da solução; composição e experiência do time; benefício e impacto.

“O problema da indústria da construção civil hoje é mundial. O que está acontecendo na construção civil no mundo todo acontece mais ou menos acentuado no Brasil”, disse o engenheiro e empresário do setor, Gerson Guariente Júnior. “Quando você faz um mapeamento da inserção das cadeias industriais no mundo da inovação e tecnologia, estamos no rodapé da página. A construção civil faz parte de um mundo que mudou, mais digitalizado, e a indústria não faz nada disso”, comparou.

Sem olhar para as deficiências do setor como obstáculos difíceis de serem transpostos, Guariente defende que as carências devem ser vistas como oportunidades. O atraso traz prejuízos, reconhece, mas por outro lado a construção civil está pronta para acolher todas as boas iniciativas. “Os grupos vão disputar o hackathon e a ideia é que na sequência essas pessoas já estejam desenvolvendo uma startup empresarial com condições de se desenvolver, aproximando-as de quem tem dinheiro para investir nesses projetos.”

“O hackathon é uma das formas de estimular o ambiente de inovação e empreendedorismo porque o resultado são empresas com conceito de startup com base tecnológica e com conceito de escalabilidade. A expectativa é que as soluções geradas sejam soluções que possam atender as dores do mercado e do setor da construção civil”, afirmou o consultor da área de construção civil do Sebrae Londrina, Rubens Negrão, que vê no evento uma forma de encorajar a cultura de colaboração dentro da construção civil. Além da apresentação de soluções inovadores, apontou o consultor, o hackathon movimenta todo um ecossistema de mentores, do qual fazem parte professores, empresários, outras startups. “Nunca o setor conversou, nunca houve um espaço para conexões e trocas. Estamos trabalhando nisso mais fortemente há dois anos e Londrina acaba se tornando um para-raio para quem quer buscar inovação”, ressaltou Negrão.

A programação do Hackathon Construtech Londrina começa nesta sexta-feira (18), às 18 horas, na sede do Sinduscon, na avenida Maringá, 2400. As apresentações dos projetos serão feitas no domingo (20), das 13h30 às 16 horas. As três melhores propostas serão premiadas em dinheiro - R$ 5 mil para o primeiro lugar, R$ 3 mil para o segundo colocado e R$ 1 mil para o terceiro. O grupo vencedor receberá também um bônus oferecido pela Hydronorth: três meses de mentoria com o CEO da empresa, estrutura de validação da solução dentro da indústria e acesso à rede de investidores e programas de aceleração. O segundo e o terceiro colocados participarão de um innovation tour na Hydronorth e terão acesso aos projetos de inovação da empresa. A classificação das três equipes selecionadas será revelada durante um jantar comemorativo ao Dia Nacional da Construção Civil, no dia 25 de outubro, no Villa Planalto.