O Ministério do Desenvolvimento Agrário está acenando com a possibilidade de liberar R$ 100 milhões para atender o custeio do Pronafinho (linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para as regiões Sul e Sudeste do País. A informação circulou, ontem, em teleconferência promovida pela Secretaria de Agricultura Familiar, como tentativa de evitar o crescimento da mobilização dos sindicatos de trabalhadores rurais, que ameaçam fechar as agências do Banco do Brasil.
Os Sindicatos de Trabalhadores Rurais estão decidindo junto com à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a forma de pressão política que será adotada. De acordo com Antonio Zarantonelo, presidente da Fetaep, foi o próprio governo que criou a expectativa que esse ano iria liberar R$ 4 bilhões para atender o custeio da safra e até agora só tem recursos para financiar R$ 2 bilhões.
‘‘Não fomos nós que criamos esse clima e agora os agricultores querem ser atendidos’’, declarou.
Para o secretário executivo estadual do Pronaf, no Paraná, Francisco Simioni, o governo federal está tentando equalizar mais recursos para aliviar a pressão da demanda. Mas adianta que será impossível o governo equalizar os recursos necessários para atender a todos os pedidos. Os projetos do Pronafinho aumentaram esse ano em decorrência da redução da taxa de juros de 5,75% ao ano para 4% ao ano, mais um rebate de 25% para os pagamentos em dia.
Zarantonello calcula que cerca de 60% da demanda existente para financiamento de custeio no Estado não foi atendida. Se o governo liberar os recursos que está prometendo, ele estima que 40% dos produtores deixarão de ser atendidos. Conforme levantamento do Banco do Brasil, que opera com os recursos do Pronaf, já foram aplicados R$ 277 milhões para o custeio, sendo R$ 62 milhões no Paraná.