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INCENTIVO 5m de leitura

Governo lança programas de inovação na ExpoLondrina

Sinapse Inovação e Startup Match vão ajudar empreendedores a tirarem ideias do papel e a resolverem gargalos do negócio com auxílio de recursos da Fundação Araucária

ATUALIZAÇÃO
15 de abril de 2019

Mie Francine Chiba - Grupo Folha
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Nesta sexta-feira (12), a Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná) e a Fundação Araucária fizeram na ExpoLondrina o lançamento dos programas Startup Match e Sinapse Inovação, em parceria com o Sebrae/PR e com a Fundação CERTI. O lançamento foi feito na abertura do Hackathon Smart Agro, que segue até domingo (14).

Lançamento dos editais foi realizado na abertura do Hackathon Smart Agro

Considerado inédito no País, o Startup Match é uma plataforma de inovação aberta que coloca as startups em contato com a estrutura de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado para resolver os seus principais gargalos. De acordo com o presidente da Celepar, Alan Costa, o Paraná tem mais de 5 mil doutores nas universidades estaduais, mas que na maioria das vezes não tem a oportunidade de realizar pesquisas aplicadas às startups. Os pesquisadores têm também a possibilidade de buscar recursos para a pesquisa junto à Fundação Araucária. “É um programa inédito no País e que consegue resolver um grande entrave das startups que é colocar a academia mais próxima delas”, ressaltou Costa.

Já o programa Sinapse auxilia estudantes, pesquisadores, professores, empreendedores a transformarem ideias inovadoras em negócios. O programa foi criado pela Fundação CERTI, em 2008, e desde então já foi realizado em Santa Catarina, Amazonas e Espírito Santo. Os projetos participantes são capacitados e, ao final do processo, as 100 melhores recebem subvenção de R$ 40 mil da Fundação Araucária. As inscrições estão abertas até o dia 3 de maio.


Priscila Procópio, coordenadora de projetos no CEI (Centro de Empreendedorismo Inovador) da Fundação CERTI, afirma que o principal resultado nas localidades onde o programa Sinapse já foi realizado é o fortalecimento do ecossistema de inovação local. Para os empreendedores, o programa representa o primeiro passo para tirar sua ideia do papel. Uma das principais características do Sinapse, conforme salienta Procópio, é a mobilização dos principais atores do ecossistema de inovação – governo, empresas, instituições de ensino - para que o conhecimento acadêmico vire negócio, vá para o setor produtivo e contribua para o desenvolvimento regional.

“O principal gargalo das startups na fase de projeto é conseguir um recurso mínimo que os ajude a construir um protótipo e validar o modelo de negócio. O programa Sinapse vem para atender as startups nessa fase. Com o recurso, elas têm condições de evoluir com o projeto”, comenta Lucas Ferreira, gestor estratégico de startups do Sebrae/PR Regional Norte.

Lançamento
Conforme o presidente da Celepar, o lançamento dos programas na ExpoLondrina está relacionado ao fato de que uma das prioridades do Estado é o desenvolvimento tecnológico no setor agrotech e ser reconhecido como polo do setor no País. “Londrina é proporcionalmente a região com maior densidade de número de startups”, acrescentou.

Luiz Márcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, destaca o nível de integração entre os atores do ecossistema de inovação em Londrina. “Londrina tem um movimento forte e reconhecido no País voltado ao agro.” Para Priscila Procópio, da Fundação CERTI, a cidade tem potencial para que o programa Sinapse seja bem-sucedido na região. “O ecossistema de Londrina é muito bem estabelecido, articulado, tem mobilização forte de atores. A expectativa é grande na região e no Estado como um todo.”

Na visão de Spinosa, o Paraná se diferencia de outros Estados por ter um sistema de universidades estaduais muito forte. “O desafio é colocar esse sistema que produz pesquisa de qualidade a favor da inovação em áreas que aumentam a competitividade do Estado.” Segundo o diretor da Fundação Araucária, estudos já mostraram a grande competitividade do Paraná nas verticais de agro e de energia, e nas transversais de transformação digital e desenvolvimento sustentável.

Política de inovação
Segundo Costa, o Startup Match e o Sinapse são “com certeza os programas mais relevantes (para a Inovação no Estado) até o momento”. O foco nas startups, de acordo com ele, é o caminho para uma das intenções do governo, que é fazer do Paraná um dos estados mais inovadores do Brasil. “Fazer um ecossistema de inovação forte e competitivo passa pelo desenvolvimento de startups, que podem tanto crescem rapidamente quanto resolver problemas específicos de diversos setores. São empresas inovadoras que geram postos de trabalho, com boa remuneração e possibilidade de exportação de produtos e serviços. A inovação é o caminho para a desburocratizar o Estado, para que os cidadãos tenham acesso a novos produtos e serviços e melhorarmos a maneira como os recursos são aplicados.”

4º Hackathon Smart Agro evolui e apresenta novo modelo
O Hackathon Smart Agro começou nesta sexta-feira (12), no Pavilhão Smart Agro, com a participação de 20 equipes selecionadas entre 37 inscritas. Esse ano, a competição evoluiu e apresenta um novo modelo, voltado a startups já com condições mínimas de ingresso no mercado. Segundo Nivaldo Benvenho, diretor comercial da SRP, a mudança veio trazer mais solidez à competição, de modo a aumentar as chances de os negócios chegarem ao mercado no final. Para isso, a programação prevê rodadas de negócios, mentorias especializadas e painéis com grupos de investimentos, citou Lucas Ferreira, gestor estratégico de startups do Sebrae/PR Regional Norte.

A competição de desenvolvimento termina no domingo (14). Os projetos serão avaliados conforme critérios como o avanço no modelo de negócio e o potencial mercadológico. As equipes vencedoras ganham diversos prêmios, como seleção em programas de inovação, pré-aceleração, aceleração e pré-incubação; participação em competição nacional; consultoria; premiação em dinheiro; validação e parceria; seleção em processo de Due Dilligence, entre outros.

Benvenho lembra que, ao longo desses anos, já saíram do Hackathon Smart Agro startups de sucesso, como a Bart Digital, cujos serviços já foram contratados por uma das mais valiosas agtechs do mundo, a Indigo Agriculture; a TatilFish, que já comercializa soluções de piscicultura; e a TracePack, que tem como clientes grandes empresas como Klabin e Suzano, para citar alguns exemplos. Ferreira, do Sebrae/PR Regional Norte, avalia que o Hackathon desempenha um papel fundamental na geração de startups de agro na região. “Gera a possibilidade de que startups performem, tenham condições de evoluir no seu modelo de negócios e façam conexões com empresas clientes e instituições de ensino.”


Painéis
A abertura do Hackathon contou com dois painéis, sendo que um deles - “Ecossistemas Agritech Brasileiro e Americano” - teve a participação de representantes de aceleradoras de relevância mundial – Plug and Play, Yield Lab e Indigo Agriculture. George Hiraiwa, da SRP Valley, também participou do painel.

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