Nesta sexta-feira (12), a Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná) e a Fundação Araucária fizeram na ExpoLondrina o lançamento dos programas Startup Match e Sinapse Inovação, em parceria com o Sebrae/PR e com a Fundação CERTI. O lançamento foi feito na abertura do Hackathon Smart Agro, que segue até domingo (14).

Lançamento dos editais foi realizado na abertura do Hackathon Smart Agro
Lançamento dos editais foi realizado na abertura do Hackathon Smart Agro | Foto: Marcos Zanutto

Considerado inédito no País, o Startup Match é uma plataforma de inovação aberta que coloca as startups em contato com a estrutura de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado para resolver os seus principais gargalos. De acordo com o presidente da Celepar, Alan Costa, o Paraná tem mais de 5 mil doutores nas universidades estaduais, mas que na maioria das vezes não tem a oportunidade de realizar pesquisas aplicadas às startups. Os pesquisadores têm também a possibilidade de buscar recursos para a pesquisa junto à Fundação Araucária. “É um programa inédito no País e que consegue resolver um grande entrave das startups que é colocar a academia mais próxima delas”, ressaltou Costa.

Já o programa Sinapse auxilia estudantes, pesquisadores, professores, empreendedores a transformarem ideias inovadoras em negócios. O programa foi criado pela Fundação CERTI, em 2008, e desde então já foi realizado em Santa Catarina, Amazonas e Espírito Santo. Os projetos participantes são capacitados e, ao final do processo, as 100 melhores recebem subvenção de R$ 40 mil da Fundação Araucária. As inscrições estão abertas até o dia 3 de maio.


Priscila Procópio, coordenadora de projetos no CEI (Centro de Empreendedorismo Inovador) da Fundação CERTI, afirma que o principal resultado nas localidades onde o programa Sinapse já foi realizado é o fortalecimento do ecossistema de inovação local. Para os empreendedores, o programa representa o primeiro passo para tirar sua ideia do papel. Uma das principais características do Sinapse, conforme salienta Procópio, é a mobilização dos principais atores do ecossistema de inovação – governo, empresas, instituições de ensino - para que o conhecimento acadêmico vire negócio, vá para o setor produtivo e contribua para o desenvolvimento regional.

“O principal gargalo das startups na fase de projeto é conseguir um recurso mínimo que os ajude a construir um protótipo e validar o modelo de negócio. O programa Sinapse vem para atender as startups nessa fase. Com o recurso, elas têm condições de evoluir com o projeto”, comenta Lucas Ferreira, gestor estratégico de startups do Sebrae/PR Regional Norte.

Lançamento
Conforme o presidente da Celepar, o lançamento dos programas na ExpoLondrina está relacionado ao fato de que uma das prioridades do Estado é o desenvolvimento tecnológico no setor agrotech e ser reconhecido como polo do setor no País. “Londrina é proporcionalmente a região com maior densidade de número de startups”, acrescentou.

Luiz Márcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, destaca o nível de integração entre os atores do ecossistema de inovação em Londrina. “Londrina tem um movimento forte e reconhecido no País voltado ao agro.” Para Priscila Procópio, da Fundação CERTI, a cidade tem potencial para que o programa Sinapse seja bem-sucedido na região. “O ecossistema de Londrina é muito bem estabelecido, articulado, tem mobilização forte de atores. A expectativa é grande na região e no Estado como um todo.”

Na visão de Spinosa, o Paraná se diferencia de outros Estados por ter um sistema de universidades estaduais muito forte. “O desafio é colocar esse sistema que produz pesquisa de qualidade a favor da inovação em áreas que aumentam a competitividade do Estado.” Segundo o diretor da Fundação Araucária, estudos já mostraram a grande competitividade do Paraná nas verticais de agro e de energia, e nas transversais de transformação digital e desenvolvimento sustentável.

Política de inovação
Segundo Costa, o Startup Match e o Sinapse são “com certeza os programas mais relevantes (para a Inovação no Estado) até o momento”. O foco nas startups, de acordo com ele, é o caminho para uma das intenções do governo, que é fazer do Paraná um dos estados mais inovadores do Brasil. “Fazer um ecossistema de inovação forte e competitivo passa pelo desenvolvimento de startups, que podem tanto crescem rapidamente quanto resolver problemas específicos de diversos setores. São empresas inovadoras que geram postos de trabalho, com boa remuneração e possibilidade de exportação de produtos e serviços. A inovação é o caminho para a desburocratizar o Estado, para que os cidadãos tenham acesso a novos produtos e serviços e melhorarmos a maneira como os recursos são aplicados.”

4º Hackathon Smart Agro evolui e apresenta novo modelo
O Hackathon Smart Agro começou nesta sexta-feira (12), no Pavilhão Smart Agro, com a participação de 20 equipes selecionadas entre 37 inscritas. Esse ano, a competição evoluiu e apresenta um novo modelo, voltado a startups já com condições mínimas de ingresso no mercado. Segundo Nivaldo Benvenho, diretor comercial da SRP, a mudança veio trazer mais solidez à competição, de modo a aumentar as chances de os negócios chegarem ao mercado no final. Para isso, a programação prevê rodadas de negócios, mentorias especializadas e painéis com grupos de investimentos, citou Lucas Ferreira, gestor estratégico de startups do Sebrae/PR Regional Norte.

A competição de desenvolvimento termina no domingo (14). Os projetos serão avaliados conforme critérios como o avanço no modelo de negócio e o potencial mercadológico. As equipes vencedoras ganham diversos prêmios, como seleção em programas de inovação, pré-aceleração, aceleração e pré-incubação; participação em competição nacional; consultoria; premiação em dinheiro; validação e parceria; seleção em processo de Due Dilligence, entre outros.

Benvenho lembra que, ao longo desses anos, já saíram do Hackathon Smart Agro startups de sucesso, como a Bart Digital, cujos serviços já foram contratados por uma das mais valiosas agtechs do mundo, a Indigo Agriculture; a TatilFish, que já comercializa soluções de piscicultura; e a TracePack, que tem como clientes grandes empresas como Klabin e Suzano, para citar alguns exemplos. Ferreira, do Sebrae/PR Regional Norte, avalia que o Hackathon desempenha um papel fundamental na geração de startups de agro na região. “Gera a possibilidade de que startups performem, tenham condições de evoluir no seu modelo de negócios e façam conexões com empresas clientes e instituições de ensino.”


Painéis
A abertura do Hackathon contou com dois painéis, sendo que um deles - “Ecossistemas Agritech Brasileiro e Americano” - teve a participação de representantes de aceleradoras de relevância mundial – Plug and Play, Yield Lab e Indigo Agriculture. George Hiraiwa, da SRP Valley, também participou do painel.