Subsidiar a criação de empregos: este é o plano do governo argentino para conter o crescente desemprego que atinge 15,4% da população economicamente ativa do país. Denominado ‘‘Plano de Emergência Trabalhista’’, foi anunciado pela ministra do Trabalho, Patrícia Bullrich, e consiste em pagar os salários de novos trabalhadores que sejam contratados por pequenas e médias empresas privadas.
As empresas em crise não poderão aplicar este plano. Este é o primeiro anúncio concreto de um plano para paliar os efeitos da recessão desde que agravou-se a crise política há quatro semanas, quando renunciou o vice-presidente Carlos ‘‘Chacho’’ Álvarez.
Os empregos serão temporários, com uma duração média entre três e seis meses. Os salários oscilarão entre US$ 160 e US$ 200 mensais, e serão destinados principalmente a pais de família. De acordo com a ministra, até o fim do ano 2001 seriam beneficiadas 50 mil pessoas, atualmente desempregadas. Para evitar desvios de fundos, o pagamento do salário será realizado diretamente pelo governo ao trabalhador.
Os analistas estão céticos em relação ao plano de subsídios: desde 1993 realizam-se constantemente planos para a criação de empregos, sem deter o crescimento do desemprego.
Além dos subsídios estatais, o governo também tentou conter o desemprego através da flexibilização de leis trabalhistas que incluíram a redução dos encargos sociais e das indenizações, a redução salarial e o enfraquecimento do poder dos sindicatos. No entanto, estas receitas não tiveram sucesso.