Geração de energia cresce menos
PUBLICAÇÃO
sábado, 08 de janeiro de 2000
Agência Estado
De Brasília
O crescimento da capacidade de geração de energia no País, no ano passado, foi 25% menor que em 1998. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou ontem que o parque de geração de energia do País aumentou apenas 3.037 megawatts (MW) no ano passado, sendo que em 1998 foram incorporados novos 4.056 MW. A previsão para o ano 2000 é que o crescimento da geração chegue a 3.818 MW, também abaixo do número de 1998.
Os números divulgados por meio de uma nota pela Aneel indicam que a capacidade de geração do País cresceu 4,74% em 1999, passando de 63.981 MW para 67.018 MW. Estes números representam pouco mais do que o crescimento da demanda, estimado em quase 4% no ano passado.
Pela segunda vez, portanto, a oferta foi maior que demanda de energia no balanço do ano. Em 1998, o parque de geração brasileiro havia tido um incremento de 6,7%. A nova energia disponibilizada no ano passado foi proveniente da entrada em funcionamento de diversas novas usinas entre hidrelétricas e térmicas, além da repotenciação de outras centrais geradoras. As principais usinas hidrelétricas que entraram em operação, segundo a nota da Aneel, foram Salto Caxias (1.240 MW), no Paraná e Porto Primavera/Sérgio Motta (403 MW), em São Paulo.
Em 1999, o órgão regulador do setor elétrico outorgou e colocou em licitação usinas capazes de gerar 3.937 MW de energia nos próximos anos. Estas obras só estarão prontas entre 2001 e 2004 e poderão aumentar, segundo a Aneel, a capacidade de geração do País em 6,3%. As novas obras referem-se a 37 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), 68 usinas termelétricas e eólicas e apenas quatro usinas hidrelétricas com potência acima de 30 MW.
Para o ano 2000, a Aneel já inclui na previsão de novos 3.818 MW a entrada em operação da Usina Nuclear Angra II, capaz de gerar 1.309 MW. Também estão incluídos a Usina Termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul (640 MW) e a Usina Hidrelétrica de Itá, na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (580 MW). Outras licitações também estão previstas para este ano, como a licitação de novas linhas de transmissão, que somam 5.000 quilômetros e investimentos privados de R$ 3,3 bilhões.
