O reajuste de 10,4% no preço da gasolina nas refinarias e 8,3% para o consumidor deve representar R$ 0,12 a mais no preço final do produto a partir de hoje no Paraná, segundo estimativas do presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese.
Em Londrina, porém, o impacto no bolso do consumidor deve ser menor porque os postos vêm recuperando suas margens há cerca de dez dias, desde que adotaram a política de mexer nas bombas diariamente. Fregonese prevê que o preço do litro da gasolina na cidade não ultrapasse R$ 1,70. Até ontem, a maioria dos postos vendia o combustível por R$ 1,64.
Em Curitiba, onde a gasolina custava em média R$ 1,55, o preço na maioria dos postos deverá ser de R$ 1,67. ‘‘O aumento de 10,4% no preço da gasolina A na refinaria representa R$ 0,15 por litro. Para o consumidor, o aumento é maior porque a gasolina C tem 22% de álcool anidro, que custa barato’’, disse Fregonese.
‘‘O mercado de Londrina está saindo de um dumping feito pelas distribuidoras. Nos últimos quatro meses as companhias vinham vendendo o litro da gasolina por R$ 0,32 e os postos por R$ 1,39’’, lembrou Fregonese. ‘‘Estabelecer qualquer parâmetro de preço para Londrina é perigoso. Mas a concorrência não deve permitir um grande aumento’’, argumentou.
Fregonese disse que a pressão do Ministério Público e da Procuradoria Geral da República está colocando ordem no setor. ‘‘Havia muita sonegação fiscal em Londrina. Mas com as investigações, a situação melhorou’’, afirmou. Um dos reflexos, segundo ele, é o aumento no preço do álcool, que custa em média R$ 1. ‘‘O preço de compra do álcool nas distribuidoras é de R$ 0,84’’, disse. Já o preço nas usinas baixou de R$ 0,54 para R$ 0,52 nos últimos 30 dias.
O presidente do Sindicombustíveis acredita numa queda nas vendas de cerca de 8% por conta da alta dos preços dos combustíveis. ‘‘O consumidor vai continuar gastando o mesmo valor em dinheiro por semana’’, apostou. ‘‘Este aumento é um absurdo porque está atrelado ao mercado internacional. Mas a Petrobras não tem concorrência internacional. É apenas uma recomposição de caixa do governo federal’’, disse Fregonese. Segundo ele, o consumo de combustíveis no Brasil caiu 8,9% nos últimos 12 meses.