O gás natural é a fonte energética comercial que mais crescerá no Brasil nos próximos anos. A meta do governo federal é fazer a participação do gás passar dos atuais 3% da matriz para pelo menos 10% em 2005. Para isso, os governos estaduais estão concedendo os serviços de distribuição regional para empresas públicas ou privadas. Atualmente, o Brasil consome 24 milhões de metros cúbicos (metros cúbicos) por dia. Se as metas forem alcançadas, em 2005 esse número deverá estar em 70 milhões metros cúbicos por dia.
Metade desse consumo ficará por conta dos setores industrial, comercial, residencial e veicular. A outra metade será destinada à cogeração por usinas termelétricas. Essas usinas transformam o gás natural em eletricidade. Só as 31 usinas que assinaram termo de compromisso para produção de termeletrecidade consumirão cerca de 50 milhões de metros cúbicos por dia de gás. Até 2003, a expectativa é que 49 usina termelétricas assinem termos de compromisso com o governo federal.
Para suprir essa demanda crescente, a produção nacional vem sendo reforçada pela importação de gás natural da Bolívia e no Rio Grande do Sul através da Argentina. Atualmente o Brasil produz 35 milhões de metros cúbicos por dia. O gasoduto Brasil-Bolívia tem capacidade para 30 milhões de metros cúbicos por dia. Atualmente ele transporta 7 milhões de metros cúbicos por dia.
Existem vantagens econômicas e ambientais no uso do gás natural. Do ponto de vista da preservação do meio ambiente, essa fonte energética é praticamente livre de enxofre. Sua queima não produz partículas sólidas ou hidrocarbonetos pesados, como acontece com os combustíveis fósseis líquidos. Na indústria, comércio e residências, o gás é, em média, 15% mais barato que a energia elétrica. Como combustível para carros ele chega a apresentar uma economia de até 60%.
Essa economia tem impulsionado o uso do gás natural veicular (GNV) no Brasil. No Estado do Rio de janeiro, pioneiro em GNV, houve um crescimento de 90% da frota com gás natural em relação a 1999. Entre 1998 e 1999 o número de veículos aumentou em 207%. Só no Rio de Janeiro foram vendidos 169,2 milhões de metros cúbicos de GNV em 2000. Em 1998 o volume comercializado ficou em 55,5 milhões de metros cúbicos.
Atualmente, em todo o País existem cerca de 80 mil veículos movidos a GNV. A previsão é que em 2005 existam um milhão de carros usando o novo combustível. No Paraná, por enquanto o GNV está disponível apenas em Curitiba. São mais de 250 carros convertidos ao gás e um posto de abastecimento. Até outubro deste ano a BR distribuidora deve instalar mais dez postos de abastecimento de GNV na Região Metropolitana de Curitiba. (E.C.)