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Economia 5m de leitura

Ganho real da poupança ultrapassa 5% pela 1ª vez desde 2017

A poupança rendeu 5,22% acima da inflação em um período de 12 meses encerrado em junho de 2023

ATUALIZAÇÃO
11 de julho de 2023

PAULO RICARDO MARTINS FOLHAPRESS
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Ganho real da poupança ultrapassa 5% pela 1ª vez desde 2017

São Paulo - Na esteira do alívio na pressão inflacionária, a poupança rendeu 5,22% acima da inflação em um período de 12 meses encerrado em junho de 2023, de acordo com o monitoramento feito por Einar Rivero, da plataforma TradeMap. Esta foi a primeira vez que o ganho real, ou seja, o rendimento acima da inflação, ultrapassou o patamar de 5% desde agosto de 2017.


Os resultados já são positivos desde setembro do ano passado e vêm crescendo desde então. Em maio, quando o rendimento real era de 4,40%, o indicador alcançou o maior retorno desde outubro de 2017.

O retorno real da poupança ficou negativo no período entre setembro de 2020 e agosto de 2022, em um cenário de alta nos preços —estimulado, entre outros fatores, pelos estímulos fiscais concedidos pelo governo Bolsonaro.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, nesta terça-feira (11), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou deflação de 0,08% em junho. Esta é a primeira queda do indicador desde setembro de 2022, quando houve variação negativa de 0,29%. Na ocasião, a economia vivia os reflexos dos cortes de tributos promovidos pelo governo Bolsonaro às vésperas das eleições.


Apesar do recuo na inflação e do aumento no ganho real da poupança, especialistas dizem que a caderneta não é a melhor opção para fazer o dinheiro render. Segundo eles, o CDB e investimentos atrelados ao CDI, por exemplo, são alternativas mais vantajosas.
"Em termo real, a poupança está melhorando seu rendimento por causa da queda da inflação. Só que, junto com isso, no CDI está se ganhando muito mais. No final das contas, o que interessa para o investidor é render acima da inflação e aumentar o poder de compra", diz Francisco Levy, estrategista-chefe da Empiricus.


Michael Viriato, sócio-fundador da Casa do Investidor e colunista do blog De Grão em Grão, diz que, no momento, vale mais a pena investir em aplicações como o Tesouro Direto. Segundo ele, no longo prazo a caderneta deve perder ainda mais força, principalmente para as novas gerações. "Com o passar do tempo e com a evolução da educação financeira, haverá cada vez menos pessoas aplicando na poupança. Com as novas gerações, a tendência é a poupança acabar. Hoje existem muito mais possibilidades de investimento."


Bruno Mori, economista e sócio-fundador da consultoria de planejamento financeiro Sarfin, aponta uma vantagem do CDB sobre a poupança: o dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento já com os rendimentos diários. "A poupança só remunera a cada 30 dias. Se quiser resgatar antes, não recebe nada do rendimento daquele período", afirma.


A remuneração da poupança é de 0,5% ao mês sempre que a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, mais a TR (Taxa Referencial) —hoje, a taxa básica de juros está mantida em 13,75%. Já quando a Selic é de até 8,5%, o rendimento da poupança equivale a 70% da Selic mais a TR.


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