Vânia Casado
De Curitiba
O mercado de carnes em São Paulo e no Paraná ficou parado segunda e terça-feira. Motivo: a portaria 6181 do Ministério da Agricultura que proíbe o trânsito de carne com osso do Mato Grosso do Sul, estado que ficou fora do Circuito Pecuário Centro-Oeste e não foi incluído na área declarada livre de febre aftosa.
Somente ontem começaram os primeiros negócios e muitos frigoríficos de São Paulo estão procurando animais no Paraná para suprir o abastecimento do mercado paulista, na falta de animais do MS.
O mercado se surpreendeu com a portaria e agora a fase é de ajustes, acredita o diretor executivo do Sindicarne, Péricles Salazar. A expectativa é que a declaração de área livre de febre aftosa provoque uma valorização do boi gordo e da carne produzida nos estados do Circuíto Pecuário Centro-Oeste, onde o Paraná será beneficiado, justifica.
O trânsito de carne com osso oriunda do MS só será permitida pelo Ministério da Agricultura após os animais ficarem de quarentena por 30 dias e depois serem submetidos aos exames de sorologia. Depois de permitido o abate, a carne só pode ser transportada em cargas lacradas e provenientes de frigorífico com Inspeção Federal. As exigências são consideradas severas e extremamente burocráticas que abalam o mercado de carne, muito mais dinâmico.
Para o Paraná, a situação ficou um pouco pior porque muitos frigoríficos daqui compravam animais em Rondônia para o abate. Ocorre que esse estado não é considerado ‘‘zona tampão’’ como o MS e o trânsito de animais ou carne provenientes de RO estão proibidos. ‘‘Com isso, o boi do Paraná assim como a carne produzida aqui devem ser valorizados’’. Salazar acredita que as restrições da portaria ministerial abrem espaço para pecuaristas paranaenses suprirem o mercado paulista.
Ontem, alguns frigoríficos paulistas já estavam procurando animais no Paraná para comprar. A mesma coisa ocorreu com os frigoríficos que receberam vários pedidos para compra de carne.