O Frigorífico Astra, localizado na região Noroeste do Paraná, informou que vai aumentar a remuneração da arroba do boi ao produtor paranaense. O anúncio foi feito na última semana durante encontro realizado na sede da Sociedade Rural do Paraná (SRP), na 61ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina. A partir de agora, o frigorífico vai repassar ao produtor R$ 10 a mais por arroba.

Esse foi o meio encontrado pela empresa para incentivar o pecuarista paranaense na produção do "boi China", nome dado ao animal destinado a exportação. O "boi China" é um animal mais jovem, que conta com rastreabilidade, um bom acabamento de carcaça e peso. O Frigorífico Astra recebeu mês passado habilitação para exportação de carne para a Indonésia e a China, maior consumidor da carne bovina brasileira. O frigorífico é o único da região Sul do país autorizado a exportar carne para a China.

“O frigorífico vai ter incremento de receita e parte desse incremento está destinando ao pecuarista, isso é justo. Essa melhor remuneração vai gerar mais valor para o produtor paranaense”, explicou o CEO da SpaceVis, Guilherme Canavese. O rebanho paranaense conta com 8 milhões de animais. “É o que faltava da cadeia para a gente ter o approach do mercado. O Paraná estava limitado ao consumo estadual e abastecimento nacional. Agora, temos um canal para levar nossa carne com valor agregado para China”, comemorou o presidente da SRP, Marcelo El-Kadre.

PRODUÇÃO

O frigorífico paranaense abate, em média, 500 animais por dia na indústria de Cruzeiro do Oeste. A empresa já manda produtos para vários países da América Latina, União Europeia, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Israel. “Depois de um longo esforço de negociação, de demonstrar cabalmente condições higiênico-sanitárias, com o fim da vacinação contra a febre aftosa, recebemos mais uma boa notícia, a habilitação de um frigorífico paranaense que abate bovinos para esses dois mercados muito importantes”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Isso é um esforço de longo prazo que vem sendo feito pela economia do Paraná, particularmente pelo Frigorífico Astra, atendendo todos os requisitos de mercados exigentes.”

O Astra teria condições de aumentar o volume de abates por dia caso houvesse mais animais com rastreabilidade no mercado local. “Temos que originar animais monitorados do ponto de visto de manejo, de gestão pecuária e saúde animal. Essa tecnologia foi criada para colocar a pecuária no mercado, geramos todas as informações necessárias e exigidas pelas autoridades sanitárias. A China, por exemplo, exige carcaça com pouca gordura, poucos dentes e que não chegue a 30 meses”, complementou Canavese.

“Isso vai fomentar o mercado, gerar o crescimento do rebanho paranaense, tanto em quantidade quanto em qualidade. O desafio é desenvolver tecnologicamente esse rastreio animal e evoluir para outras questões, como ter todo o rebanho paranaense rastreado com o sistema Sisbov para trazer mais oportunidade para o produtor em termos de créditos e seguros”, definiu o CEO da SpaceVis. Atualmente, só 5% do rebanho nacional conta com rastreabilidade.