O setor de frango de corte no Paraná fechou o ano de 2000 com um crescimento de 9,71% em relação a 1999, bem acima do registrado no resto do País, 3,4%. O número de cabeças abatidas no Estado também aumentou em 12,6% em relação ao ano anterior, superando as expectativas em 2,6 pontos percentuais. No ano passado foram abatidas no Estado 622.267.000 de cabeças. Os números são da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
De acordo com o presidente da Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Estado do Paraná (Avipar), Paulo Ferreira Muniz, o aumento da produção ocorreu devido a vários fatores. Segundo ele, o Paraná leva vantagem em relação aos outros centros produtores, como Santa Catarina e Rio Grande de Sul. ‘‘Somos privilegiados porque estamos mais próximos dos grandes mercados consumidores, que são São Paulo e Rio de Janeiro’’, diz Muniz. O Paraná é o maior produtor avícola do País, com 6 mil famílias trabalhando em parceria com 34 empresas.
Outros fatores que contribuíram para o aumento da produção foram as boas safras paranaenses de milho e soja, nas quais o Paraná ocupa o primeiro e segundo lugar, respectivamente, na produção brasileira. Esses insumos são a base da alimentação das aves. O presidente da Avipar também cita o clima no Norte do Estado e a proximidade do Porto de Paranaguá como estímulos para o aumento da produção.
Para este ano, Muniz diz que a produção paranaense certamente vai crescer mais de 7%, já que é essa a expectativa nacional. As exportações devem contribuir para que o objetivo seja atingido, impulsionadas pelo mal da vaca louca. Ele explica que a Europa deverá importar mais carne branca e o Brasil já se aproveitando da situação para impulsionar ainda mais as vendas. ‘‘O principal competidor nesse mercado são os Estados Unidos, mas eles utilizam grãos transgênicos na alimentação das aves. Como os europeus preferem grãos naturais, deverão escolher o nosso produto’’, considera Muniz.
O presidente da Avipar afirma também que o preço do frango ao consumidor deverá subir nas próximas semanas. O setor espera que o valor se aproxime do praticado no início do Plano Real, em 1994, que era de US$ 1 por quilo. Atualmente, o produto custa em média R$ 1,60. A associação diz que o aumento é necessário para que o produtor não tenha mais prejuízos, que se acumularam nos últimos cinco anos. Muniz explica que o preço do frango varia de acordo com o mercado e que os preços dos insumos, como milho e soja, interferem muito pouco no valor final. ‘‘Mesmo com esse aumento, as pessoas vão continuar consumindo o frango, pois ele ainda estará bem mais barato que outras carnes’’, diz.