Frango do Paraná cresce acima da média nacional
PUBLICAÇÃO
sábado, 24 de fevereiro de 2001
O setor de frango de corte no Paraná fechou o ano de 2000 com um crescimento de 9,71% em relação a 1999, bem acima do registrado no resto do País, 3,4%. O número de cabeças abatidas no Estado também aumentou em 12,6% em relação ao ano anterior, superando as expectativas em 2,6 pontos percentuais. No ano passado foram abatidas no Estado 622.267.000 de cabeças. Os números são da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
De acordo com o presidente da Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Estado do Paraná (Avipar), Paulo Ferreira Muniz, o aumento da produção ocorreu devido a vários fatores. Segundo ele, o Paraná leva vantagem em relação aos outros centros produtores, como Santa Catarina e Rio Grande de Sul. Somos privilegiados porque estamos mais próximos dos grandes mercados consumidores, que são São Paulo e Rio de Janeiro, diz Muniz. O Paraná é o maior produtor avícola do País, com 6 mil famílias trabalhando em parceria com 34 empresas.
Outros fatores que contribuíram para o aumento da produção foram as boas safras paranaenses de milho e soja, nas quais o Paraná ocupa o primeiro e segundo lugar, respectivamente, na produção brasileira. Esses insumos são a base da alimentação das aves. O presidente da Avipar também cita o clima no Norte do Estado e a proximidade do Porto de Paranaguá como estímulos para o aumento da produção.
Para este ano, Muniz diz que a produção paranaense certamente vai crescer mais de 7%, já que é essa a expectativa nacional. As exportações devem contribuir para que o objetivo seja atingido, impulsionadas pelo mal da vaca louca. Ele explica que a Europa deverá importar mais carne branca e o Brasil já se aproveitando da situação para impulsionar ainda mais as vendas. O principal competidor nesse mercado são os Estados Unidos, mas eles utilizam grãos transgênicos na alimentação das aves. Como os europeus preferem grãos naturais, deverão escolher o nosso produto, considera Muniz.
O presidente da Avipar afirma também que o preço do frango ao consumidor deverá subir nas próximas semanas. O setor espera que o valor se aproxime do praticado no início do Plano Real, em 1994, que era de US$ 1 por quilo. Atualmente, o produto custa em média R$ 1,60. A associação diz que o aumento é necessário para que o produtor não tenha mais prejuízos, que se acumularam nos últimos cinco anos. Muniz explica que o preço do frango varia de acordo com o mercado e que os preços dos insumos, como milho e soja, interferem muito pouco no valor final. Mesmo com esse aumento, as pessoas vão continuar consumindo o frango, pois ele ainda estará bem mais barato que outras carnes, diz.