França quer comprar mais fio do PR
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 1997
Carmem Murara<br> Sucursal de Curitiba
Preço competitivoProdutores e fábricas de fiação conseguiram manter participação no mercado internacional Um grupo de empresários franceses mostrou interesse em aumentar as relações comerciais com produtores parananenses de fios de seda e casulos. A proposta de comercialização foi apresentada na última semana pelo governador Jaime Lerner em uma reunião com representantes do setor de tecelagem da cidade de Lyon, uma das maiores produtoras de seda da França. Hoje, 90% da produção nacional de fiação é exportada para os países europeus e para os Tigres Asiáticos.
A exportação de fios de seda tem apresentado um crescimento nos dois últimos anos no País, após um declínio desde 1990 provocado pela concorrência com a seda chinesa. Os produtores do bicho-da-seda e as fábricas de fiação conseguiram manter o preço competitivo no mercado internacional. O Brasil se tornou um grande exportador porque conseguiu se adequar ao mercado internacional, afirma o gerente de Divisão de Fibras da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá (Cocamar), Rodolfo Bouguson Júnior. O quilo de fiação está cotado em US$ 38.
Junto com São Paulo, o Paraná é o maior produtor nacional de fios de seda. Os dois Estados são responsáveis por quase 70% da produção. Em todo o País, são produzidos 2,4 mil toneladas de fio de seda. Na produção de casulos, o Paraná responde sozinho por 80% da produção, que é de 16 mil toneladas por ano. A produção de casulos garante emprego para 35 mil pessoas, no Estado.
Duas das quatro únicas fábricas de fiação de seda do País estão no Paraná. Além da Cocamar, o Estado tem a Kanebo que está instalada no município de Cornélio Procópio, Norte do Estado. As outras duas empresas são a Kobis e a Bratak, ambas de São Paulo. A Bratak tem ainda uma filial em Londrina.
A intermediação do governo do Estado na comercialização da seda no mercado internacional é vista com simpatia pelas pessoas que trabalham no setor. Se a sericicultura tivesse apoio, daria para melhorar os nossos custos e competir mais, avalia Bouguson. Apesar de aprovar a idéia de ampliar o comércio com a França, Bouguson afirma que as negociações do governador com os empresários franceses não foi discutida com os empresários que produzem fios de seda.