Roberval França: “O masterplan tem a função essencial de pensar a cidade que temos e a cidade que queremos, mas com uma visão de longo prazo"
Roberval França: “O masterplan tem a função essencial de pensar a cidade que temos e a cidade que queremos, mas com uma visão de longo prazo" | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

O Fórum Desenvolve Londrina promoveu nesta quinta-feira (30) a palestra “Plano estratégico e desenvolvimento urbano”, com o diretor-presidente da Diretoria Executiva do Sicoob Central Cecresp, Roberval Ferreira França, especialista em estratégia.

França falou sobre os aspectos necessários para a elaboração do masterplan, que é um planejamento estratégico a longo prazo. “O masterplan tem a função essencial de pensar a cidade que temos e a cidade que queremos, mas com uma visão de longo prazo”, explica França. Londrina está em vias de iniciar a elaboração do Masterplan Londrina 100 anos.

O diretor também abordou os desafios que a cidade precisa enfrentar para ser competitiva e ter um desenvolvimento econômico robusto. O masterplan é um guarda-chuva que abriga outros instrumentos como o plano plurianual, o plano orçamentário, o plano diretor da cidade. A diferença sutil entre o masterplan e o plano de governo é a participação da sociedade civil organizada. “Essas forças (setores econômicos) vão pensar a cidade que queremos para uma trajetória de 20 anos”, disse.

França afirma que o interessante neste modelo de planejamento estratégico é fazer com que os futuros governos se comprometam com as estratégias definidas, pois representam o desejo da sociedade.

DIAGNÓSTICO

O pontapé do masterplan é um profundo diagnóstico da cidade que aponta as necessidades e desejos de quem empreende no município. Irá pensar, por exemplo, o sistema viário de Londrina para daqui 10, 20 anos. “A partir deste diagnóstico que se define o portfólio de projetos estratégicos”, salienta França.

Outra vertical, por exemplo, é o capital humano. Pensar como a cidade vai preparar o capital humano para as competências que a vocação da cidade caminhar. “Tenho que reformular o sistema de educação, de tecnologia da cidade. Se não temos um plano, uma direção clara, não se sabe se chegamos ao objetivo. O masterplan ajuda muito nisso”, argumenta o diretor-presidente.

Ele enfatiza que é preciso olhar o capital empreendedor, o tecido empresarial, a governança para o desenvolvimento eficiente, a organização produtiva e a inserção produtiva da cidade. França analisou os dados de 2018 do relatório das 100 melhores cidades do Brasil para investir em negócios, elaborado pela consultoria Urban Systems para a Revista Exame.

RANKING

Londrina vem caindo no ranking. Em 2017 estava em 34º lugar e no ano passado ficou na 40ª posição. O ranking analisa 300 municípios com mais de 100 mil habitantes, avaliando capital humano, desenvolvimento social, infraestrutura e desenvolvimento econômico.

“Quais os projetos que vamos pensar para que Londrina saia da 40ª posição e fique entre as 10 melhores? Londrina melhorou em infraestrutura e desenvolvimento social, mas em capital humano e desenvolvimento econômico não está nem entre as 100 melhores”, afirma França. Segundo ele, é preciso entender esses dados, mapear os gaps e lacunas que a cidade tem e criar projetos para desenvolver a cidade.

Ele apontou os desafios que a cidade precisa enfrentar: a geração de emprego formal, a melhora da confiança dos agentes econômicos, a criação de estratégias de mercado para venda da imagem do município, a melhorara do índice de gestão fiscal, a governança, atração do capital empreendedor e o entendimento do contexto competitivo em que está inserida.