O Fórum Desenvolve Londrina reuniu representantes da sociedade civil organizada e lideranças políticas, nesta quinta-feira (12), para o lançamento da 19ª edição do Manual de Indicadores de Desenvolvimento 2024 e dos resultados da 13ª Pesquisa de Percepção da População sobre a Cidade de Londrina.

Com 60 indicadores locais atualizados nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, segurança, cultura, tecnologia e economia, o Manual tem como objetivo fornecer à sociedade dados que possam ser utilizados como ponto de partida para a discussão dos problemas da cidade e que auxiliem na busca por soluções que farão Londrina avançar no desenvolvimento econômico e social, por meio de projetos, parcerias e ações.

A edição periódica do manual também permite um acompanhamento da evolução dos setores ao longo dos anos. A publicação está disponível no site www.forumdesenvolvelondrina.org.br. “São indicadores primários e secundários, coletados em outras instituições, e o grande diferencial é que está tudo em uma mesma publicação”, destacou o membro e coordenador da Comissão de Pesquisa do Fórum, Fábio Pozza.

Presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Nicolás Mejía
Presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Nicolás Mejía | Foto: Ricardo Maia/Divulgação

Na mesma publicação, estão também os resultados da 13ª Pesquisa de Percepção da População sobre a Cidade de Londrina, que ouviu 600 pessoas, mais da metade delas (51,9%), com renda familiar entre dois e sete salários mínimos, residentes em todas as regiões da cidade, sendo um quarto na zona norte e o restante, dividido entre o centro e as zonas sul, leste e oeste.

Realizada há 13 anos, a pesquisa foi o modo encontrado pelo Fórum para avaliar a percepção dos londrinenses em relação aos indicadores presentes no Manual. Desde a primeira edição da pesquisa, as perguntas se repetem, o que permitiu criar uma linha evolutiva e consistente de como a população enxerga a cidade. Os dados podem ser segmentados de várias formas, como por região, faixa etária e perfil econômico, por exemplo.

Quando questionados sobre se Londrina é uma cidade boa para se viver, 86,8% responderam que sim. No ano passado, esse percentual foi de 89,8%. Também caíram os índices de moradores que consideram que a cidade preserva o meio ambiente, que conserva seus parques e áreas verdes, que oferece boas opções para a prática de esportes e que cuida bem dos espaços públicos.

E embora tenha diminuído a parcela da população que enxerga na cidade uma boa perspectiva de futuro, de 61,7% em 2023 para 58,8% em 2024, e que considera bom o desenvolvimento econômico observado nos últimos quatro anos, baixando de 46,8% para 44,5%, cresceu a fatia dos que afirmam que a cidade oferece boas opções de emprego e boas condições de crescimento profissional. Em relação às oportunidades de trabalho, 59,2% afirmam ter melhorado desde o ano passado, e sobre as chances de evoluir na carreira subiu de 46,8% para 55,8%. Mais de 70% classificam como boa e ótima a qualidade de vida em Londrina atualmente.

Um dos pontos da pesquisa que mais chamam a atenção é quando os entrevistados foram questionados sobre os aspectos que mais lhe preocupam na cidade. Os moradores de rua foram o principal problema apontado (44,7%), seguidos dos buracos nas ruas (25,5%). A segurança pública e o tráfico de drogas aparecem em terceiro e quarto lugares, com 24,7% e 22,2%, respectivamente.

“(A percepção sobre) a conservação de vias urbanas, parques, foi subindo até 2021 e, de lá para cá, vem caindo”, apontou Pozza. “Os moradores de rua vêm aparecendo recorrentemente ao longo dos anos e apareceu de novo porque é realmente um problema na visão da população. As pessoas percebem isso como o maior problema.”

“Nosso papel é o de fomentar, de divulgar e fica a cargo das entidades, sociedade civil organizada, se mobilizar para desenvolver algum indicador que não esteja bom ou potencializar um indicador positivo”, ressaltou Pozza.

O próprio Fórum seleciona, todos os anos, um dos indicadores presentes no Manual para ser debatido pelos membros da entidade ao longo de todo o ano. Além dos integrantes do Fórum, especialistas na área escolhida como tema são convidados a participar e há também o estudo de cases de cidades que têm melhor desempenho no indicador que é objeto de estudo. “É uma escolha de consenso, não de votação. Como o Fórum é muito rico, muito diversificado, temos iniciativa privada, entidades, poder público, terceiro setor, academia, então cada um se fixa mais nos indicadores de sua área e a escolha é feita com base no que seja mais relevante para a cidade nesse momento”, explicou o presidente do Fórum, Nicolás Mejía.