Fundada em Londrina em 2020, a fintech Bankme, que cria e opera mini bancos, encerra o ano de 2023 com resultados expressivos e traça metas desafiadoras para o futuro. Em uma nova rodada de investimentos, a startup captou recentemente R$ 7,4 milhões. O investimento foi feito pelo fundo Domo.VC. De agosto de 2022 até agora, a startup recebeu mais de R$ 13 milhões em aporte e acaba de triplicar o faturamento e dobrar o valor de mercado, elevando para R$ 95 milhões o valuation da empresa.

O novo aporte irá viabilizar o desenvolvimento de um novo produto, dividido em duas frentes. Uma delas irá atuar no redesconto dos títulos financeiros operados pelos mini bancos e a outra, permitirá que o capital sob gestão dos clientes aumente em até quatro vezes.

“A gente foi encontrando melhor quem era o nosso cliente, que é quem quer fazer ou já faz crédito no mercado, em especial para empresas, como antecipação de recebíveis, empréstimos e financiamentos”, explicou o fundador e CEO da Bankme, Thiago Eik. Na carteira de clientes, estão profissionais autônomos, muitas vezes ex-bancários, assessores de investimento, contadores e advogados que já dispõem de uma rede de relacionamentos e já fazem esse tipo de serviço.

A fintech garante o suporte nas operações enquanto transforma os clientes em banqueiros e oferece uma esteira de crédito de ponta a ponta, permitindo que o cliente opere no mercado de crédito com segurança e eficiência, com boa rentabilidade. O objetivo, apontou Eik, é facilitar o acesso ao crédito para pequenas e médias empresas, que geralmente encontram dificuldade em conseguir empréstimos e financiamentos em grandes instituições financeiras.

Hoje, a captação de novos clientes é feita via inbound marketing, estratégia de mercado que consiste em converter canais como as redes sociais em mecanismos de busca, fazendo com que potenciais clientes procurem a empresa e não o contrário.

Neste ano, as operações alavancaram. No início de 2023, a Bankme tinha sob sua gestão um capital de R$ 20 milhões. Em dezembro, esse volume cresceu quase quatro vezes, se aproximando dos R$ 80 milhões. Em 12 meses, a startup passou de 20 para 60 securitizadoras em operação no país e o faturamento triplicou. “Esses resultados estavam na nossa projeção. A gente sempre projeta metas ousadas para fomentar o time a crescer o mais rápido possível. Foi um ano de muitos desafios em termos de crédito, mas conseguimos ter uma boa performance mesmo assim”, comentou o CEO, que também precisou reforçar a equipe, saltando de 45 para 60 funcionários.

Estratégias de marketing, métricas, planejamento e gestão tiveram um peso importante na expansão da empresa, mas ajudou também o fato de que as pessoas estão começando a entender o conceito de mini banco, que transforma empreendedores em financeiras, onde eles ganham dinheiro vendendo dinheiro. “Muitos de nossos clientes são indicados pelos clientes que viram o faturamento crescer. Nosso desafio para o próximo ano é fazer essa educação chegar à maior parte das pessoas para que elas vejam como é um negócio lucrativo vender crédito. Nossos clientes têm, hoje, uma média de rentabilidade líquida de 2,5% em cima do capital deles”, destacou Eik. A meta para daqui a cinco anos é chegar a mil mini bancos em funcionamento, um crescimento de mais de 1.500%. “É uma jornada até lá. O mercado de crédito ainda é muito incipiente no Brasil. A gente tem um funding próprio e o único objetivo dele é aportar os nossos clientes.”