Fiep discute soluções para emprego, infraestrutura e energia
Rodada de 2025 do Fórum Regional da Indústria aconteceu em Londrina, nesta sexta-feira (25)
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sexta-feira, 25 de abril de 2025
Rodada de 2025 do Fórum Regional da Indústria aconteceu em Londrina, nesta sexta-feira (25)
Simoni Saris - Grupo Folha

Em 2024, a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) percorreu todas as regiões do Paraná com os Fóruns Regionais da Indústria. O evento reuniu empresários e lideranças de diversos segmentos para discutir os problemas e apontar soluções para impulsionar o desenvolvimento no Estado.
Agora, os fóruns voltam a acontecer para apresentar o resultado do trabalho desenvolvido ao longo do último ano. Nesta sexta-feira (25), empresários, autoridades políticas e lideranças da sociedade civil organizada da Região Norte participaram do evento, realizado em Londrina.
Na região, a busca foi por soluções para melhorar a empregabilidade, a infraestrutura e a eficiência energética, apontados como temas prioritários pelo polo industrial. “Vamos apresentar aqui tudo o que foi conseguido evoluir nas atividades de curto, médio e longo prazo e, principalmente, trazer para a região, o fortalecimento da governança para que ela consiga, junto com a federação e outros atores, resolver os problemas”, disse o presidente da Fiep, Edson Vasconcelos.
A questão da empregabilidade é vista como o principal entrave para o avanço da política industrial do Estado. O Paraná enfrenta a falta de trabalhadores qualificados e o trabalho da Fiep junto com os polos industriais e lideranças locais foi procurar meios de aumentar a disponibilidade de profissionais, melhorando a capacitação, mas também promovendo a automação. O investimento em novas tecnologias é fundamental para o aumento da produtividade, disse o presidente da Fiep. “O trabalhador norte-americano produz quatro vezes mais não porque ele é melhor do que o colaborador brasileiro. É que ele está em uma máquina que produz quatro vezes mais.”
Paralelamente à inovação tecnológica, Vasconcelos diz que é preciso rever algumas “distorções”, como o Bolsa Família. “O programa social tem uma função que é, temporariamente, achar um caminho de saída para a pessoa, de uma situação não desejada. Mas não há outro caminho que não seja o emprego.”
Para corrigir o que chama de distorção, a Fiep, em conjunto com a Prefeitura de Londrina, elaborou um projeto piloto que tem como objetivo ampliar as oportunidades de trabalho e combater fraudes que estariam acontecendo no recebimento do Bolsa Família.
O protocolo de intenções do novo projeto municipal, denominado Inclusão ao Emprego, foi assinado nesta sexta-feira, durante o fórum da Fiep. “O projeto visa a uma abordagem muito especial para trazer as famílias que hoje estão em situação de vulnerabilidade social para uma condição de empregabilidade”, afirmou o prefeito, Tiago Amaral.
Londrina tem 77 mil famílias cadastradas no CadÚnico e 28 mil famílias em situação de vulnerabilidade social. Por determinação do governo federal, disse o prefeito, 6 mil pagamentos do Bolsa Família serão reavaliados.
“A gente começa cumprindo a determinação do governo federal de revisar os programas sociais das 6 mil famílias. Aí, a gente estrutura o processo de qualificação e inclusão no emprego. A gente está fazendo parceria com as empresas para aproximar os empregos hoje ofertados das melhores oportunidades para essas famílias”, explicou Amaral.
Além da questão da empregabilidade, a energia e a infraestrutura foram destacados como gargalos que precisam ser solucionados para que o desenvolvimento econômico e industrial avance na região.
ENERGIA
No setor de energia, a Fiep aportou recursos junto com a Copel e está sendo desenhado um planejamento energético para os próximos dez anos. “Crescemos muito mais do que a curva de crescimento vegetativo. E algumas regiões cresceram em uma taxa maior que a da China. O Paraná é líder em energia renovável, mas temos uma deficiência muito grande na transmissão e na distribuição”, declarou Vasconcelos. “Quando uma indústria percebe que tem que automatizar porque não tem mão de obra, ela se depara com a deficiência na disponibilidade e na qualidade de energia.”
Em relação à infraestrutura, a Fiep atua para que a governança local entre em um acordo e priorize as obras mais importantes, seguindo uma linha temporal, e apontando a fonte de recursos. “O que nós precisamos é que as lideranças locais se unam e consigam priorizar essas obras e colocar uma pauta temporal. Ninguém vai vir com uma varinha de condão aqui e resolver. Temos que ter governança local com consciência.”
Um dos parceiros da Fiep na busca por melhorias no setor empresarial é o Sebrae/PR. Segundo o seu diretor superintendente, Vitor Torqueta, o Sebrae tem atuado junto com o sistema da indústria com ações que possam melhorar a produtividade. “A empregabilidade e a produtividade trabalham muito juntas. Cada vez mais vamos ter menos gente trabalhando e nós precisamos aperfeiçoar as indústrias com processo ágeis, inovadores, com novas tecnologias.”
Uma dessas ações é o projeto Jornada da Produtividade, iniciado há dois anos e que tem resultado no aumento de até 30% na produtividade das empresas participantes. Para isso, o projeto oferece capacitação e consultoria de acordo com as necessidades da empresa, organizando e otimizando os processos.
As soluções para os principais entraves ao setor industrial não são aplicáveis apenas às grandes e médias cidades, como Londrina, mas a todos os municípios da região, ressaltou o presidente da Fiep.
Na Região Metropolitana de Londrina, por exemplo, o município de Rolândia, com mais de 71,6 mil habitantes, enfrenta os mesmos problemas. “A empregabilidade, a infraestrutura e a eficiência energética são três tópicos muito importantes. O Estado todo passa por essa situação em razão do crescimento que vem tendo nos últimos anos”, disse o vice-prefeito e ex-presidente da Acir (Associação Comercial e Industrial de Rolândia), Horácio Negrão.
No município, afirmou Negrão, há mil vagas de emprego em aberto à espera de trabalhadores. “É uma defasagem que temos que trabalhar para capacitar melhor até porque o mercado mudou.”
As indústrias rolandenses também vêm lidando com a dificuldade no setor energético. Muitas delas não conseguem ampliar suas instalações. “Alguns setores não conseguiram acompanhar a questão da energia.”

