FHC comemora taxa e diz que o Brasil é um País surpreendente
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 27 de novembro de 1998
O presidente Fernando Henrique Cardoso comemorou ontem a redução de 0,2 pontos porcentuais na taxa média de desemprego em outubro, o momento mais agudo da crise internacional. O presidente afirmou ainda que o Brasil é um país que surpreende. No momento em que estamos numa tremenda aflição aqui, quando se vai olhar a economia real, ela não está sofrendo de perda de rumo, destacou o presidente em discurso feito para uma platéia de 300 empresários ontem no Palácio do Planalto, durante a entrega do Prêmio Nacional de Qualidade.
Este é um país surpreendente, uma verdadeira caixa de Pandora (caixa de surpresas). Fernando Henrique estava se referindo aos índices divulgados pelo IBGE sobre a taxa média de desemprego no Brasil. O presidente, que tinha a seu lado o ministro do Trabalho, Edward Amadeo, comentou que soube da queda da taxa de desemprego pelas agências de notícias em tempo real.
Pouco antes de eu descer - tenho a mania de ficar vendo na telinha do computador as informações - vi que a taxa de desemprego, senhor ministro, caiu em outubro. Mesmo mostrando-se surpreso com a redução na taxa do desemprego, Fernando Henrique fez questão de dizer que nunca esteve pessimista com relação ao futuro da economia brasileira. Nunca acreditei naqueles que ficam profetizando tragédias futuras, sustentou.
O presidente acrescentou que prefere olhar com otimismo o futuro criando condições para que o otimismo transforme-se em realidade. Mesmo que não se alcance tudo que se deseja, que se alcance o máximo possível, argumentou.
Fernando Henrique reconheceu que uma taxa de desemprego equivalente a 7,45 ainda é muito elevada e tem de cair, mas para ele, o fato de ela cair neste momento de crise, faz do Brasil um país surpreendente.
Depois de participar da solenidade no Planalto, o ministro Amadeo afirmou que é exagerado supor que a taxa de desemprego no Brasil chegará a 13% da mão-de-obra economicamente ativa no primeiro trimestre do próximo ano. Não quero conversar sobre números, disse, negando-se a fazer uma previsão de valor para a taxa. Mas esse (13 %) é exagerado. A previsão de que a taxa poderá chegar a 12% ou 13% foi feita por técnicos do governo com base em indicadores coletados junto às empresas.Wilson Pedrosa/Agência EstadoSolenidadeFHC aplaude o presidente da Siemens do Brasil, Herman Wever, após entregar-lhe o Prêmio Nacional de QualidadeAgência Estado