As feiras do produtor realizadas de segunda a sábado em Campo Mourão comercializaram durante o ano passado R$ 1.046.513,00. O montante foi arrecadado com a venda de 1.409 toneladas basicamente de gêneros alimentícios. Os números foram divulgados ontem pela secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico.
De acordo com o balanço elaborado em conjunto com a Emater, a comercialização mensal da feira no ano passado foi equivalente a renda gerada por uma área de 102 hectares de soja. Durante as 416 feiras realizadas em 2000, os produtores participantes tiveram uma renda bruta média de R$ 20.125,00, o equivalente a 142,38 salários mínimos.
Somadas, as vendas realizadas no ano passado equivalem a US$ 521,7 mil ou 60,9 mil sacas de soja. Cerca de 50 feirantes participam das feiras de Campo Mourão. A área média da propriedade dos feirantes é de 8,7 hectares, com apenas dois hectares, em média, sendo destinados à produção de hortigranjeiros.
As feiras do produtor são realizadas em Campo Mourão há 18 anos, mas foi somente a partir de 1994, quando a maioria delas passou para o período noturno, é que os resultados começaram a animar os produtores. Hoje há apenas duas feiras diurnas. Um programa da prefeitura que troca lixo reciclável por ‘‘vale-compra’’ nas feiras também ajuda nas vendas.
O balanço das feiras de 2000 mostra que o chamado ‘‘vale real’’ foi responsável por uma comercialização de R$ 13,2 mil durante o ano passado. O relatório diz ainda que as famílias dos feirantes somam 237 pessoas, sendo que 124 delas estão envolvidas diretamente com as feiras. Os feirantes geraram ainda 48 empregos diretos e 125 indiretos.
‘‘Point’’ Desde que foram quase todas transferidas para o período noturno, há sete anos, as feiras do produtor de Campo Mourão ganharam um público inesperado: jovens e adolescentes. Aos poucos, eles foram transformando as feiras num dos maiores pontos de encontro de estudantes. As feiras mais ‘‘agitadas’’ são as da Vila Urupês (terça-feira) e do Jardim Laura (sexta-feira).
‘‘Reunimos a turma e vamos comer pastéis e tomar garapa’’, conta a estudante Daniele Alves, de 15 anos. Ela participa de pelo menos três feiras por semana - terças, quartas e sextas-feiras. Em cada uma, se reúne com uma turma diferente. ‘‘A feira das sextas é a melhor. Dá mais gente, um verdadeiro ‘‘fervinho’’, conta Daniele.
A turma da estudante nunca tem menos do que dez adolescentes. Eles chegam por volta das 18h30 e só saem entre 20h30 e 21 horas, quando as últimas barracas são desmontadas. Letícia Cardamoni, 13, diz que não é ‘‘muito f㒒 das feiras, mas admite que as frequenta devido às amigas. ‘‘Elas me chamam e eu acabo indo’’, ressalta. ‘‘O pastel é muito bom.’’