Rio - Apesar das expectativas positivas, o setor de serviços ainda não sentiu de modo generalizado os efeitos antecipados da Copa do Mundo em maio. No mês anterior ao início do Mundial, o faturamento do setor, sem considerar a inflação, cresceu 6,6% na comparação com igual mês de 2013.
Trata-se da segunda menor taxa da série do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem os dados de sua pesquisa mensal. O ritmo de expansão só não foi inferior ao de abril deste ano (6,2%). Em março, a alta havia sido de 6,8%.
De janeiro a maio, o faturamento dos serviços cresceu 7,7%. Em 12 meses, o crescimento foi de 8,2%. O resultado mostra que os serviços pouco avançaram ou tiveram até redução, se a inflação fosse considerada no cálculo do IBGE. É que pelo IPCA, índice oficial de inflação, a taxa em 12 meses ronda na faixa de 9%. O índice, porém, não reflete apenas os itens usados pelas famílias, ou seja, nem todos os serviços investigados na pesquisa.
O IBGE promete para o próximo ano um dado mais puro, descontando a inflação do setor com um índice próprio da atividade, a de maior peso na economia.

SETORES
Mais ligados ao possível impacto da Copa, os serviços prestados às famílias (alimentação, hospedagem e uma parte do turismo e transporte de passageiros) cresceram 11,6% em maio. Já os serviços de informação e comunicação subiram 4,5%. Os serviços profissionais, administrativos e complementares avançaram 7,8%. Esses dois ramos estão mais vinculados ao ritmo de atividade da economia e à indústria, que passa por um período de crise.
O ramo de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio teve alta de 7,5% - esse ramo, em parte, se beneficia da Copa, com maiores vendas de passagens aéreas, por exemplo. O subsetor de transporte aéreo cresceu 16,5% em maio na comparação com o mesmo mês de 2013, mantendo o forte ritmo dos meses anteriores.
Em abril, a alta havia sido ainda maior: 18,3%, resultado já sob influência da compra antecipada de passagens. Já outros serviços subiram em 5,6% na comparação com o mesmo mês de 2013.
O setor de serviços tende a ter seu desempenho turbinado em junho e julho em razão da realização dos jogos da Copa. Ao contrário da indústria e da maior parte dos ramos do comércio que devem perder com menos dias úteis, os serviços se beneficiaram do maior número de turistas, com a movimentação acima do normal em bares, restaurantes, hotéis e todo o setor de turismo. Também deve se beneficiar o ramo de transportes, com o maior deslocamento de pessoas seja de ônibus ou avião entre as cidades-sede.

Imagem ilustrativa da imagem Faturamento do setor de serviços cresce 6,6% em maio