As exportações de café em grão entre julho e outubro deste ano, período que corresponde à safra 1997/98, somaram 4,86 milhões de sacas, 20% abaixo do volume embarcado no mesmo período de 1996. A queda reflete uma safra menor do que a do ano passado. A Associação Brasileira dos Exportadores de Café (Abecafé) estima que a safra 97/98 seja de 22,4 milhões de sacas, volume que não atende à demanda pelo café brasileiro que é da ordem de 29 milhões a 30 milhões de sacas/ano, entre a exportação e o mercado interno. As vendas do estoque governamental, de apenas 715 mil sacas desde julho, têm sido insuficientes para equilibrar o déficit de oferta, conforme informação da ‘‘Companhia de Notícias’’.
O governo federal, em reconhecimento à escassez do produto, anunciou em recente reunião do grupo técnico da Associação dos Países Produtores de Café, que o Brasil seria incapaz de cumprir integralmente com a sua quota 1997/98 de 15 milhões de sacas. A previsão oficial de uma exportação de 13 milhões de sacas de julho de 1997 a julho de 1998 está de acordo com a estimativa previamente divulgada pela Abecafé; 7,5 milhões de sacas de julho a dezembro, ou seja, 1,5 milhão abaixo da quota de 9 milhões.
Embarques Em outubro, de acordo com dados oficiais do MICT, o volume exportado foi de 1.336.783 sacas de 60 kg, 33% inferior às exportações no mesmo mês do ano passado. Nos primeiros dez meses de 1997 foram embarcados 12.396.690 sacas, um resultado 30% superior ao do mesmo período de 1996, quando o volume exportado no primeiro semestre foi afetado pela pequena safra 95/96, reduzida devido a acidentes climáticos.
De janeiro a outubro, os embarques de café em grão trouxeram 2,35 bilhões em divisas para o País, mais US$ 1 bilhão acima do resultado no mesmo período do ano passado. Em 1997, o café em grão é o quarto produto na pauta de exportações brasileiras sendo responsável por 5,3% da receita cambial.
O preço médio das exportações em outubro foi de US$ 194,89/saca, uma redução de 1% em relação ao mês anterior. De janeiro a outubro, o preço médio foi de US$ 133,96 registrado no mesmo período do ano passado, refletindo a alta das cotações do café no mercado internacional, iniciada em janeiro deste ano.
Escassez Comprovando relativa escassez do café brasileiro, os preços médios de exportação têm se mantido relativamente estáveis na faixa de US$ 190 a US$ 210/saca, enquanto os preços dos cafés suaves da Colômbia e América Central sofrem uma queda de 25% desde maio.
A estimativa da receita cambial gerada pela exportação de café em grão para o ano de 1997 é de US$ 2,8 bilhões, uma queda de 10% em relação à previsão inicial de US$ 3,1 bilhões. Apesar da redução, a receita cambial prevista seria o melhor desempenho na história do setor, superando o recorde anterior de US$ 2,6 bilhões registrados em 1984. Para 1997, a previsão da Abecafé é de um volume de embarque de 15 milhões de sacas de café em grão, um incremento de 16% em relação a 1996.