Das agências
De São Paulo
Com a expectativa pela decisão do Federal Reserve sobre o juro norte-americano dominando os negócios, a bolsa doméstica encerra o mês no prejuízo. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou o último pregão de janeiro em baixa de 2,06%, elevando a 4,11% a perda contabilizada no mês. Segundo operadores, preocupados com os efeitos da decisão do Fed, os investidores assumiram uma posição cautelosa e optaram por vender ações e para embolsar parte do ganho obtido entre o final do ano passado e o início deste.
Em mais um dia de muito nervosismo e volatilidade, o dólar comercial fechou sendo negociado no mercado interbancário a R$ 1,784 na venda, com uma desvalorização de 0,77% em relação ao fechamento de sexta-feira. A cotação de venda da moeda norte-americana oscilou bastante. Pela manhã, a cotação atingiu R$ 1,815. A inversão da tendência foi atribuída por profissionais de mercado aos leilões de títulos cambiais com prazo de três anos realizados pelo Banco Central. No primeiro leilão, o BC pagou juros de 13,20% acima da variação cambial no lote de R$ 1,5 bilhão de NBC-Es com vencimento em 16 de janeiro de 2003.
Em seguida, a autoridade monetária ofereceu mais R$ 2,1 bilhões de NBC-Es com vencimento em 13 de fevereiro de 2003. A demanda foi menor e foi vendido R$ 1,605 bilhão. A taxa de juros, no entanto, foi maior e chegou a 13,30% ao ano acima da variação cambial. Mais tarde, o BC reofertou US$ 500 milhões em papéis de três anos pagando os mesmos 13,30% acima da variação cambial, mas foram vendidos apenas 59.800 títulos.
De acordo com analistas, as taxas pagas ontem ficaram acima das expectativas, o que incentivou a venda de dólares por parte de instituições. Antes da divulgação do resultado dos leilões, o mercado de câmbio refletia o nervosismo dos mercados internacionais, que estão preocupados com uma possível alta dos juros nos EUA, amanhã, acima de 0,25 ponto percentual.