Um dos mais afetados durante a pandemia, o setor hoteleiro começou 2024 com o pé direito em Londrina. Isso porque os eventos empresariais e do agro estão trazendo muitos visitantes para cidades da região, que acabam preferindo se hospedar em Londrina por conta da gama de serviços que o município oferece. A Movelpar, em Arapongas, e a BelaSafra, em Cambé, são eventos em andamento e que fizeram com que a ocupação de alguns hotéis de Londrina, associados ao sindicato, chegasse a 100%.

Guilherme Simões, diretor do Sindhotéis Londrina, que representa os empresários de hospedagem e alimentação, explica que a retomada cada vez mais forte de eventos e congressos na região é o que movimenta o setor em Londrina. Para este final de janeiro e início de janeiro, a ocupação nos hotéis associados ao sindicato está próxima dos 100%. A ocupação, segundo ele, é graças a eventos como o Movelpar, em Arapongas, que começou na terça-feira (30) e segue até quinta-feira (1°), assim como a BelaSafra, em Cambé, que também começou nesta terça e vai até sexta-feira (2).

“O que mais traz pessoas para Londrina são eventos empresariais e na área do agro”, detalha, complementando que esses eventos costumam durar de três a quatro dias, o que faz com que os participantes de fora precisem de uma hospedagem. Dentre os quatro hotéis associados ao sindicato que ficam dentro da cidade de Londrina, os dois maiores estão com a lotação completa até o dia 7 de fevereiro, sendo que devem receber quase 300 visitantes.

Por não ser uma cidade turística, o diretor ressalta que os meses de dezembro e janeiro costumam ser bem tranquilos em relação ao movimento de pessoas nos hotéis de Londrina. O fluxo começa a melhorar a partir do início de fevereiro, que é o período em que os eventos e congressos começam a movimentar a cidade, seja no ramo empresarial ou voltado ao agronegócio. “Eles [eventos] movimentam não só a rede hoteleira como também a área gastronômica da cidade”, explica.

Mesmo que os eventos estejam sendo realizados fora de Londrina, ele reforça que o que atrai os visitantes para a cidade é a qualidade dos hotéis, assim como toda a gama de serviços, como restaurantes, bares e shoppings. “Não é só para dormir, ela também vem para desfrutar um pouco daqui”, explica.

Apesar de movimentar milhões de reais e milhares de pessoas, a ExpoLondrina não é um período em que o setor hoteleiro atrai muitos hóspedes, segundo Simões. Ele explica que as pessoas que costumam visitar a feira ficam, geralmente, por um dia e já retornam para suas cidades, assim como para quem vem trabalhar, já que ela participa de uma atração ou de uma palestra e também volta para casa. “No máximo é uma pernoite, é um período menor [do que nos demais eventos]”, explica, acrescentando que a exposição também não movimenta a gastronomia da cidade, já que a ExpoLondrina conta com suas próprias praças de alimentação.

Durante o ano, os períodos em que os hotéis de Londrina mais recebem visitantes estão condicionados às datas em que os eventos e congressos de todas as áreas são agendados. “Esse tipo de evento é algo meio sazonal, tem ano que tem e tem ano que não tem, então não tem uma época certa, já que a cidade não é turística, ela fica totalmente dependente do que está agendado de congressos”, explica. Entretanto, uma data forte para o setor hoteleiro é o vestibular da UEL (Universidade Estadual de Londrina), já que a cidade recebe milhares de candidatos e suas famílias.

Para 2024, Guilherme Simões afirma que as expectativas são boas, já que o setor vem melhorando após anos muito difíceis durante a pandemia. Apesar do otimismo, ele ressalta que Londrina deveria ter mais eventos culturais, artísticos e esportivos, que movimentam a cidade como um todo. “Quando a pessoa vem para um evento cultural, ela já vem preparada para desfrutar um pouco, então ela vai assistir ao show, ela vai sair para comer. Ela vem com o intuito de lazer, ela vai passar dois ou três dias se divertindo na cidade”, reforça, complementando que esse tipo de incentivo ajudaria muito o setor a se manter positivo com a retomada no pós-pandemia.