Evento orienta empresários a superarem desafios de mercado varejista
10ª edição do Mercado em Foco, promovido pela Acil, visa a atualização, troca de experiências e discussão de soluções
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terça-feira, 21 de maio de 2024
10ª edição do Mercado em Foco, promovido pela Acil, visa a atualização, troca de experiências e discussão de soluções
Simoni Saris - Grupo Folha
As ferramentas digitais, como as redes sociais e IA
(Inteligência Artificial), são meios bastante eficazes de alavancar as vendas
no varejo e os empresários devem tirar partido das inovações tecnológicas. Mas
nada supera um bom atendimento. “O desafio do varejo é sempre vender mais e
melhor. O cliente, quando pensa em comprar de alguém, sempre foca no que atende
melhor. Se não atender bem, o cliente não fica.” A constatação é do fundador da
empresa de consultoria Ponto de Referência, Edmour Saiani, que nesta
terça-feira (21) esteve em Londrina para participar da 10ª edição do Mercado em
Foco, evento voltado aos empresários do varejo, que neste ano teve como tema A
relevância que o varejo merece.
Na visão de Saiani, erra o lojista que tenta vencer a
concorrência pelo preço. “O preço atrai, mas o cliente que é atraído por preço,
o próximo fornecedor dele vai ser o mais barato. Ele não fica com alguém, ele
fica com o preço. É muito sofrimento atuar via preço porque sempre vai ter
alguém que vai cobrar menos que você. Teu lucro vai para as cucuias e você
acaba sumindo do mercado.”
Para atrair e fidelizar a clientela, orientou o consultor, o
empresário deve atuar nas três dimensões do processo de atendimento e venda: a
física, a humana e a digital. E em cada uma delas, dominar uma IA diferente. A
Inteligência Artificial no âmbito digital, a inteligência de atendimento na
dimensão humana e, na física, a interação e ativação. “É IA ao cubo. O
varejista bom se liga nas três”, disse Saiani. “Normalmente, o varejista foca
no que ele já faz e não tem energia ou braço ou mente para absorver as coisas
novas. Então, um conselho que eu dou: o dono original faz as coisas normais,
mas ele deve ter uma companhia para ajudar a fazer as coisas novas.”
Estar no meio digital é importante, mas as vendas on-line
não precisam, necessariamente, acontecer via site. Segundo Saiani, é melhor
manter uma boa lista de clientes no WhatsApp e investir na eficiência dessa
rede social como impulsionadora de vendas do que criar um site cheio de
plug-ins. “Sempre tem um (meio) on-line para o empresário estar. Nem que seja
um cadastro no WhatsApp que vai conectar o cliente, não vai perder a relação
com ele nunca. O problema é que o varejista anterior ficava esperando o cliente
ir à loja. No on-line, se tem um banco de dados bom, quando o cliente passa
três meses sem ir à loja, o vendedor te convida educadamente para voltar. Mas não
precisa estar em todos os canais on-line. Só naqueles nos quais você consiga
ser bom. Ter WhatsApp, mas responder a cada três dias, melhor não ter.”
Key account manager da RCE Digital, empresa de soluções em
comunicação corporativa, Leandro Gonçalves acredita que o sucesso no varejo
digital está em “furar a bolha” e começar a prospectar negócios com outros
grupos de interesse. “As redes sociais acabam criando bolhas de convivência
onde as pessoas concordam sobre os mesmos temas, consomem as mesmas coisas. É
preciso furar a bolha e isso não acontece dentro das redes sociais clássicas,
existem os fóruns dentro da internet e o Telegram é outro meio pelo qual você
consegue entrar em contato com pontos de vista diferentes daquilo que você
concorda.”
Promovido pela Acil (Associação Comercial e Industrial de
Londrina), Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Paraná), Governança Comércio In Foco e Sebrae, o Mercado em Foco é um evento
criado para orientar empresários do varejo a atuarem em um mercado cada vez
mais competitivo e cheio de desafios, mas também com muitas oportunidades. “Ao
longo de dez anos, a gente vem trabalhando esses desafios, de olhar o que está
acontecendo no cenário atual, as perspectivas futuras em termos de desafios e
oportunidades e como criar esse engajamento entre as empresas e os clientes”,
explicou o superintendente da Acil, Rodrigo Geara.
Com o evento, a intenção ressaltou o superintendente, é oferecer um conteúdo “altamente atualizado” para apoiar o empresário a superar as dificuldades impostas pelos contextos econômico e mercadológico. “A partir daqui, o comerciante e o empresário têm condições de saber tudo o que está acontecendo aqui em Londrina, no Paraná, no Brasil e no mundo. E pode buscar referências para trazer para dentro do seu negócio, como uma maneira de solucionar uma demanda pontual. Além disso, o evento também busca promover conexões entre os empresários.”
"O grande desafio o varejo está em um ano de altos e baixos. Juros altos são um veneno para o varejo, para capital de giro, e acaba não tendo muita expansão", avaliou o presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná), Fernando Moraes. Apesar de o Paraná, hoje, viver um momento de pleno emprego, ele reconhece que os salários pagos aos trabalhadores estão defasados, o que explica, ao menos em parte, as quedas nas vendas do comércio.