O evento continua nesta quarta-feira, com rodadas de oportunidades e de integração e mais duas palestras
O evento continua nesta quarta-feira, com rodadas de oportunidades e de integração e mais duas palestras

Estimular os empresários a tirarem a inovação do papel e a colocá-la em prática é o que se espera da Feira EletroMetalMecânica de Inovação, que começou nesta terça-feira (2), no auditório do Aurora Shopping. O evento continua nesta quarta-feira, com rodadas de oportunidades e de integração e mais duas palestras.

Valter Orsi, presidente do Sindimetal (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e Materiais Elétricos do Norte do Paraná), considera que, hoje, quando se fala de inovação, há muito discurso e pouca ação. A feira, ele diz, é uma maneira de “despertar” os empresários para isso. “A economia estagnada deixa o empresário em standby. A retomada do crescimento vem, mas vem seletiva. Só quem estiver preparado vai navegar nessa onda”, destaca Orsi.

“O processo de inovação é difícil”, conta Jorge Henrique Fornasier, diretor comercial da Hydronlubz, indústria de lavadoras de alta pressão. Ele lembra que já existem diversos mecanismos de incentivo à inovação, mas as empresas precisam estar preparadas para isso. “Existem incentivos, mas para fazer parte, não é só saber da lei, a empresa tem que estar preparada para isso. O empresário, sozinho, com as preocupações do dia a dia, é difícil. Tem que ter alguém que abra a mente, mostre o que é a inovação, como faz e como se apropriar das leis.”

Para João Maximiliano Marcondes, sócio da startup do setor de piscicultura TatilFish, o processo de inovação é lento e não se deve criar expectativa de resultados de longo prazo dele. A empresa criou um sistema de monitoramento de tanques de peixe, mas tirar a ideia inovadora do papel não foi fácil. “A startup não existiria se não tivéssemos um ecossistema pulsante aqui em Londrina”, afirma Marcondes. “Se não tivéssemos conexões, nossa inovação teria morrido logo de início.”

A integração entre os diversos atores do setor eletrometalmecânico e o intercâmbio de informações é o objetivo da governança do setor, formada em meados de agosto do ano passado, conta Paulo Leite, coordenador do Inovemm (Ecossistema Eletrometalmecânico).

Segundo ele, a maioria das empresas do setor são micros e pequenas. Para essas, a captação de recursos é fundamental. “Quando elas inovam, inovam por impulso próprio. E nem sempre a inovação pega de primeira.” Uma das ações da governança do setor é criar uma espécie de escritório para ajudar as micros e pequenas empresas a captarem recursos.

Boa perspectiva

De acordo com Jorge Guimarães, diretor-presidente do Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), o Brasil tem hoje 307 mil empresas industriais, sendo que 83% são micros e pequenas. Essas são as que têm mais dificuldades de se envolver em programas de inovação mais radicais, ele diz.

O diretor-presidente afirma que é boa a perspectiva de se fazer avançar projetos de inovação no País. “Temos sido muito bem recebidos por vários segmentos do governo.” Conforme Guimarães, o Embrapii focará em um planejamento de mais longo prazo depois dos seus primeiros anos de existência. Para os próximos dez anos, a ideia é ampliar o trabalho para empresas médias e pequenas, e já existe a possibilidade de abranger mais cinco ministérios, além dos atuais ministérios de Ciência e Tecnologia, de Educação e de Saúde. “O foco é aumentar a competitividade da nossa indústrias. Estamos com 530 empresas, mas estamos com horizonte de crescer muito mais.”

Por ser um País ainda de população jovem, o diretor-presidente diz que o Brasil tem um grande potencial. "Essas tecnologias novas têm uma vantagem muito grande, porque elas são tecnologias que precisam de cérebro, e isso a gente no Brasil tem bastante. Se nossa educação básica melhorar, seguramente vamos ter muita gente qualificada chegando nas universidades, nas empresas.”

Segundo dia

Nesta quarta-feira (3), as rodadas de integração irão unir empresários, a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e o Ceal (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina) em busca de soluções para os problemas do setor, às 15h30. No mesmo horário, está prevista a participação de cerca de 50 empresas nas rodadas de oportunidades.

Às 19h, o palestrante e empresário Allan Costa fala aos presentes sobre “A inovação que gera transformação”, e às 20h30, Arthur Igreja, co-fundador do #AAA (Os cinco minutos mais transformadores do seu dia a dia), fala sobre “Transformação Digital”.

A Feira EletroMetalMecânica de Inovação é promovida pelo Inovemm, com realização do Sindimetal e do Sebrae e tem apoio do Grupo Folha de Comunicação.