Evento do varejo debate tendências de consumo e novas ferramentas
11ª edição do Mercado em Foco aconteceu nesta terça-feira (20), em Londrina; evento é promovido pela Acil
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terça-feira, 20 de maio de 2025
11ª edição do Mercado em Foco aconteceu nesta terça-feira (20), em Londrina; evento é promovido pela Acil
Simoni Saris - Grupo Folha

O comércio contribui com mais de 80% do PIB (Produto Interno Bruto) de Londrina e região e mais de 70% da mão de obra formal contratada atuam no setor. Com uma economia tão dependente do varejo, investir em gestão e inovação não significa apenas estar alinhado às demandas do mercado, mas é também uma questão de sobrevivência.
Para auxiliar empresários, gestores e profissionais do varejo a aprimorarem suas técnicas de venda, repensarem seus negócios e implementarem inovações que futuramente irão se converter em melhores resultados em volume de vendas, atração de clientes e lucro financeiro, a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) promoveu, nesta terça-feira (20), a 11ª edição do Mercado em Foco - Especial Varejo.
O evento, realizado em parceria com diversas entidades relacionadas ao setor varejista, teve como tema “A relevância que o varejo merece”. A programação incluiu palestras, painel, rodada de negócios e um pitch de startups. Pelo centro de eventos do Aurora Shopping passaram especialistas em várias áreas do varejo.
O diretor de Projetos da Litz Estratégia e Marketing, Mario Nei Paccagnan, apresentou uma recente pesquisa realizada em Londrina que mapeou o comportamento de compra de consumidores residentes em todas as regiões da cidade, de todas as faixas etárias, diferentes níveis de renda e grau de escolaridade.
A pesquisa reforçou que muitas experiências se perdem por pequenos detalhes, como a falta de zelo do funcionário no atendimento ao cliente.
Quando se olha para o ambiente de compra, a concorrência do varejo on-line é forte e vem crescendo, principalmente pela questão do preço e da comodidade, mas o varejo físico ainda tem um espaço enorme.
O estudo apontou que 93% dos entrevistados afirmaram gostar de realizar suas compras presencialmente. Para eles, as lojas físicas oferecem como vantagens, a possibilidade de experimentar os produtos, a pronta entrega e o atendimento, para citar algumas.
Mas para transformar o ato da compra em uma experiência que gere satisfação no cliente, é preciso ir além, oferecendo atendimento de qualidade, limpeza, organização, conforto e honestidade. “Os consumidores não voltam quando têm uma experiência ruim, mas quando têm boa experiência, o cliente ajuda o empresário a vender”, destacou Paccagnan. “É preciso pensar nos pequenos detalhes porque isso é o que o consumidor está buscando. O consumidor deve estar no centro do negócio.”
Os shopping centers e a internet são os meios mais utilizados pelos londrinenses para fazer suas compras. Quanto menor a faixa etária, maior a frequência nos shoppings. Mas a pesquisa mostrou que comércios de rua do centro de Londrina e nos bairros têm um enorme potencial de atração. “A região central pulsa consumidores. O que temos que fazer é olhar para essa região.”
Um dos gráficos da pesquisa revela que consumidores da zona leste se deslocam até a zona norte para consumir no varejo daquela região por fatores logísticos, de identidade e também de facilidade.
Paccagnan salientou que cada varejo tem uma característica e não dá para excluir o varejo digital, mas a melhor estratégia para quem não quer perder clientela é investir no omnichannel, tendência do varejo que se baseia na concentração de todos os canais utilizados por uma empresa, sejam eles on-line ou off-line. O omnichannel integra lojas físicas, virtuais e compradores.
Pensar em meios de fidelizar os consumidores, com programas de cashback e de relacionamento também pode ajudar a impulsionar as vendas, principalmente entre os clientes de maior poder aquisitivo.
Quando se fala em ferramentas de inovação para reter e atrair novos clientes, a IA (Inteligência Artificial) é a bola da vez.
Inserida em uma série de processos, a IA muitas vezes passa despercebida, mas é ela que está por detrás do aumento do volume do negócio. O que os varejistas precisam, principalmente os micro, pequenos e médios, é perder o medo, desmistificar a ideia de que a IA está associada a sistemas muito complexos e não ter preguiça de avaliar as muitas opções disponíveis antes de escolher a que melhor irá solucionar o seu problema.
“A IA pode ser usada, por exemplo, para manter uma lista de potenciais clientes que quer alcançar e, às vezes, a única ferramenta de que o varejista dispõe é o celular. Hoje em dia, é possível jogar uma lista de nomes e telefones e fazer com que a IA escreva mensagens personalizadas baseadas naquilo que o cliente já comprou e, eventualmente, criando um cupom de desconto. Supersimples e barata. Às vezes, paga centavos por mensagem enviada”, exemplificou o diretor-executivo do segmento de Varejo e Distribuição na Totvs, Elói Assis.
“Ainda há muita resistência, medo, insegurança sobre como usar, mas há tanta informação disponível. O próprio Chat GPT pode indicar melhor ferramenta para um problema específico”, destacou Assis. “É como o celular. Ninguém entende em detalhes como um celular funciona, mas todo mundo usa. Utilizar a IA é se destacar entre a concorrência.”

A presidente da Acil, Vera Antunes, enfatizou a importância das startups no processo de inovação e adoção de novas tecnologias pelas empresas de varejo. “Você melhora a vida do varejista e do comerciante. Essa é a nossa intenção, trazer inovação para acompanhar as tendencias do mundo.”
“Ecossistema é um termo que vem da biologia e, como na natureza, quem perpetua sua espécie é quem tem capacidade de adaptação muito rápida. No ecossistema de negócios, se perpetuam as empresas com capacidade de inovar muito rápido. O mercado do varejo tem esse desafio”, comparou Rubens Negrão, gerente regional Norte do Sebrae-PR, um dos parceiros da Acil na realização do evento.

