O panorama para os próximos dois anos não é tão nebuloso na América Latina segundo informe econômico com previsões mundiais divulgado nesta quinta-feira pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), integrada por 30 países industrializados. Segundo o estudo, os países em desenvolvimento deste continente devem ser os menos afetados pela atual desaceleração da economia nos EUA e podem até se beneficiar do movimento.
A OCDE mostra-se otimista em relação ao Brasil, para o qual prevê crescimento de 4% este ano e 4,5% no próximo. Em relação à Argentina, a organização se limita a afirmar que uma queda do dólar pode melhorar sensivelmente sua situação financeira, atualmente muito delicada.
‘‘Para o conjunto da região (latino-americana), o impacto de uma desaceleração do crescimento mundial pode ter um efeito contrário, inclusive compensando as diferenças com a queda das taxas de juros mundiais’’, avalia a OCDE.
‘‘No caso do Chile e Peru, a desaceleração da demanda na Ásia pode pesar mais sobre a evolução econômica devido às fortes consequências sobre as exportações de produtos primários destes países’’, esclarece o informe econômico.
‘‘Uma clara queda dos preços do petróleo vai representar igualmente um grande risco para os países exportadores da América do Sul’’, avalia. ‘‘Isto provocaria desequilíbrio orçamentário e externos na Venezuela, Equador ou Colômbia, podenco causar desordens políticas e sociais’’, acrescenta.
Depois de um crescimento excepcional em 2000, a atividade vai diminuir sensivelmente o ritmo no conjunto das principais economias emergentes como China, Rússia ou Brasil, afirma a OCDE, num capítulo de previsões sobre os países que não são membros da organização.