Você sabe em qual classe de renda se encontra e por quê? Pesquisa recente, realizada por economistas de diversas universidades renomadas do País, definiu cinco classes no Brasil: miserável, baixa, intermediária, média e alta. O estudo, baseado nos dados do senso demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000, quando o País contava com 170 milhões de habitantes, apontou que dessa população 21 milhões são pessoas miseráveis, 22 milhões são pobres, perto de 65 milhões estão numa classe intermediária, 58 milhões fazem parte da classe média e pouco mais de 1,5 milhão está entre os ricos.
Segundo o economista Alexandre Guerra, que fez parte do desenvolvimento da pesquisa, da qual saiu um livro sobre a classe média do País, a classe miserável é composta por famílias com renda per capita de zero a um quarto de salário mínimo. Já o grupo seguinte, está definido pela renda per capita de um quarto de salário a meio salário mínimo. Conforme Guerra, essa é a faixa da população contemplada com os programas do Governo Federal, como bolsa escola e bolsa famíla.
''Essa pesquisa tenta entender como ocorre essa mudança de classe'', explicou Guerra. Isso ficou bem claro, segundo ele, na classe média. Antes, esse grupo era formado por famílias da área rural e, agora, é composto basicamente por pessoas inseridas na prestação de serviço. Antes da classe média, porém, há um grupo intermediário, conforme o economista, formado por trabalhadores da indústria e do campo que ganham até R$ 985 por família. ''Eles não são considerados pobres, mas também não se encaixam na classe média'', reiterou.
A renda da classe média vai de R$ 985 a R$ 10.982, por família. Para a publicação do livro, os dados foram atualizados e a renda passou a ser de R$ 1.556 a R$ 17.351 (72 salários mínimos). Já a classe alta é composta por famílias que ganham mais de 72 salários mínimos. ''Essa faixa não passa de 1% da população''.
Por enquanto a pesquisa ainda está sendo apresentada ao País e, conforme Guerra, o estudo já despertou o interesse de diversas instituições, mas ninguém ainda adotou esses dados como base para o desenvolvimento de projetos. ''Essa pesquisa pode servir, por exemplo, para o governo conhecer a população do Brasil e desenvolver políticas públicas que atendam as diferentes classes'', acrescentou o economista.