Imagem ilustrativa da imagem Estiagem reduz estimativa de produção das safras de soja e milho
| Foto: Arquivo Folha

As estimativas de produção das safras de soja e milho sofreram redução por conta do impacto da falta de chuva nas lavouras do Paraná. De acordo com o relatório mensal com as estimativas para a safra de grãos 2021/2022 no Paraná, divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a revisão ficou em pouco mais de 10% para ambas as culturas.

No caso da soja, as altas temperaturas e a falta de umidade prejudicam as lavouras em grande parte do Estado e foram determinantes para o impacto negativo nas estimativas do Deral. Inicialmente, esperava-se um volume superior a 21 milhões de toneladas. Com a reavaliação dos técnicos, a expectativa passou para 18,4 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 12%. Na comparação com o volume colhido no ciclo 20/21, a queda é de 7%. A área de plantio está estimada em 5,6 milhões de hectares, semelhante à da safra anterior.

A região Oeste do Paraná, onde os agricultores costumam plantar mais cedo do que no restante do estado, é a mais afetada pelas perdas até o momento, com queda de 32% nas estimativas de produção. Outra redução significativa, de 26%, foi registrada no Noroeste. “Além do clima adverso, essa região está condicionada a características do solo que causam menor conservação da umidade”, explica o economista do Deral, Marcelo Garrido. Também têm quedas nas expectativas de produção a região Sudoeste (-22%); e o Centro-Oeste (-20%).

Já no Norte do Estado, em regiões como Londrina e Maringá, ainda não é possível avaliar sistematicamente as perdas, já que, se ocorrerem chuvas nos próximos dias, as condições das lavouras podem melhorar.

Das lavouras a campo, 57% estão em boas condições, 30% em condições médias e 13% em condições consideradas ruins. Em relação às fases, 28% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 43% em floração, 28% em frutificação e 1% em maturação.

Até novembro, 8% da produção - o equivalente a cerca de 1,72 milhão de toneladas - estava comercializada pelos agricultores. O índice está abaixo do atingido no mesmo período do ano passado - 42% do total estimado para a época, equivalente a 8,71 milhões de toneladas. Na última semana, os produtores receberam, em média, R$ 157,09 pela saca de 60 kg.

Assim como a soja, as lavouras de milho da primeira safra 21/22 também foram afetadas pelas altas temperaturas e falta de chuvas no Paraná. O relatório de dezembro aponta para a produção de 3,7 milhões de toneladas, 551 mil toneladas a menos do que se esperava inicialmente, já que, em condições normais, o volume poderia chegar a 4,2 milhões de toneladas. As perdas se concentram em regiões com pouca representatividade na produção, como Sudoeste e Oeste. “Como se trata de uma safra pequena, a quebra não tende a ser representativa, até porque a estimativa nacional de produção de milho nesta safra é bastante positiva. Apesar de possíveis perdas, podemos ter recomposição”, diz o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio.

Segundo ele, neste período 10% das lavouras apresentam condições ruins, enquanto que 27% têm condições médias e 63% estão em boas condições. Em relação às fases, 41% estão em floração, 40% em frutificação, 16% em desenvolvimento vegetativo e 3% em maturação.

Na avaliação do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o ano de 2021 foi bastante desafiador para os agricultores paranaenses. “Tivemos uma profunda crise hídrica e geadas severas que provocaram perdas na nossa produção. Porém, acabamos o ano mostrando um agro participando em mais de 80% do esforço exportador do Paraná”, diz.

Em relação à produção agrícola de forma geral, o estado pode colher 22,54 milhões de toneladas na safra de verão, em uma área de 6,24 milhões de hectares. O volume representa uma redução de 3% com relação à safra de verão 2020/2021, e a área é 2% maior.