BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (2) que o governo está mais perto de conseguir colocar em votação reformas fiscais no Congresso, passadas as eleições para a presidência do Senado e da Câmara.

Em evento promovido pela revista The Economist, Campos Neto disse que a reforma da Previdência foi melhor que o esperado e destacou a importância da reforma administrativa, que ainda tramita no Congresso.

"O custo de se manter a máquina pública é muito grande e cresce muito mais que a inflação ou qualquer outro indicador ", ressaltou.

O presidente do BC também falou em microrreformas para que o ambiente de negócios no país "funcione melhor". "É um grande desafio, mas acho que temos condições, passadas as eleições no Congresso, de começar a solucionar esses problemas", disse.

No evento, ele voltou a defender a vacinação contra a Covid-19 e a priorização do grupo de risco como forma de retomada mais rápida da economia. "Quando olhamos os microdados de Israel vemos que, quando os idosos são vacinados, o número de internações e óbitos cai dramaticamente", afirmou.

Segundo ele, o sistema de vacinação brasileiro tem alta capacidade, embora o processo de adquirir doses e a coordenação do programa sejam complexos. "O Brasil pode vacinar mais de 5 milhões de pessoas em um dia, já passamos por várias vezes", avaliou.

Campos Neto considerou a vacinação uma “luz no fim do túnel”, mas disse que as novas variantes do coronavírus ainda geram incertezas. “Mesmo com a vacinação temos esse elemento de preocupação. Por isso, para o Banco Central é importante entender para onde isso vai, se a vacina será eficiente para a nova variante”, disse.